Nadando contra a corrente! Nadando contra a corrente!

Diversos, Notícias | 7 de agosto de 2015

A diretoria do Sindipetro/MG, assim como a FUP, entidades de classe e movimentos sociais são contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Alguns petroleiros questionam essa posição do sindicato. Criticam a defesa que se faz do mandato dos eleitos em 2014 e de outros excessos da Operação Lava Jato. Vão se tornando porta vozes e defensores do golpe de Estado, sendo que as maiores vítimas seremos nós, petroleiros e o povo brasileiro.

O sindicato faz um contraponto, bem pequenino, à avalanche golpista que vem da grande imprensa. Isso é nadar contra a correnteza. Temos de cumprir com o nosso papel, que é alertar a categoria sobre o perigo que correm as instituições democráticas, a Petrobrás e as nossas conquistas. Ninguém aqui defende corruptos ou corruptores! Pelo contrário. Defendemos as investigações, julgamentos e prisão dos envolvidos. Mas não podemos permitir que acusações sejam usadas por quem perdeu a eleição para tomar o poder. E é isso que está em jogo.

O golpe contra Dilma, caso ocorra, vai atingir em cheio a Petrobrás, a categoria, nossas conquistas e seus sindicatos. Isso fica claro na pressa do senador José Serra (PSDB-SP) para aprovar o projeto que tira a Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal. A coalizão em torno do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é de direita e quer de todas as formas derrubar a presidente. No lugar assumiria uma aliança PSDB/PMDB. Assim poderia ser imposta uma agenda neoliberal que privilegiasse o fim da Petrobrás. Defender a democracia e os que foram eleitos em 2014 é defender a Petrobrás e nossas conquistas. Não se iludam. A imprensa não visa combater a corrupção. Ela quer voltar ao poder, de onde está afastada há mais de 12 anos.

O EXEMPLO DA SHELL

Quando se fala nas consequências da privatização para os trabalhadores, seus empregos e conquistas, alguns tratam a questão com desinteresse. Chegam a dizer que se a Petrobrás for privatizada, qualquer outra empresa que assumir vai continuar precisando de sua mão de obra.

O engano desses petroleiros está em achar que a nova empresa precisará dele para executar seu serviço. Entretanto, pode não ser ele. Aliás, nas privatizações, os trabalhadores são demitidos e substituídos por terceirizados ou por outros com salários e custos bem baixos. Foi o que ocorreu nas privatizações de estatais nos anos 90. Diante de qualquer crise, o trabalhador é o primeiro a perder o emprego.

A multinacional Shell é uma das maiores petrolíferas do mundo. Anunciou recentemente que vai demitir 6,5 mil dos seus 94 mil trabalhadores, por conta da baixa do preço do petróleo. Ela está cortando US$ 7 bi dos investimentos no Mar do Norte e vendendo ativos que totalizam US$ 50 bi.

A Petrobrás também está anunciando que vai cortar investimentos e vender ativos, porém, não está como a Shell e outras petroleiras privadas demitindo trabalhadores. E por que a Petrobrás não demite trabalhadores? Porque a política do seu maior acionista, o Governo Federal, não aceita jogar o ajuste da empresa em cima dos petroleiros.

Sindipetro/MG