Milhares de trabalhadores participaram de uma grande manifestação nesta segunda-feira, 24, no Centro do Rio de Janeiro, que terminou com um ato político, em frente à sede da Petrobrás, cobrando a retomada imediata das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj. Organizado pelos metalúrgicos, trabalhadores do setor naval e prefeituras que integram o Consórcio Intermunicipal do Leste Fluminense (Conleste), o ato, intitulado “Juntos pelo Comperj – Refinaria Já!“, resultou em uma reunião das lideranças sindicais e dos prefeitos da região com a direção da Petrobrás, onde exigiram a conclusão das obras do complexo petroquímico.
Eles tiveram a promessa dos diretores de Engenharia, Roberto Moro, e de Abastecimento, Jorge Ramos, de que a partir da próxima segunda-feira (31), novos processos de contratação serão iniciados para que, no primeiro semestre de 2016, seja recuperado o nível de 15 mil empregos na região de Itaboraí. No próximo mês, representantes dos trabalhadores e prefeitos terão uma outra reunião, desta vez com o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine.
A manifestação desta segunda-feira, 24, teve início ainda pela manhã, com passeata e protestos dos trabalhadores na ponte Rio-Niterói. A manifestação prosseguiu pelas Avenidas Brasil, Presidente Vargas e Rio Branco, até chegar á Avenida Chile, por volta das 15h30, onde os trabalhadores se dirigiram para a sede da Petrobrás.
Participaram da manifestação a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, o Sindicato dos Engenheiros, Sindicatos de petroleiros do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Norte Fluminense e de várias outras bases da FUP, que estão no Rio de Janeiro para discutir os próximos passos da campanha reivindicatória da categoria, que cobra a retomada dos investimentos da Petrobrás e a suspensão da venda de ativos. Um dos pontos da pauta política apresentada pela FUP à empresa é justamente a conclusão das obras do Comperj.
Milhares de famílias foram afetadas pela interrupção das obras do Comperj, que já resultou em mais de 10 mil demissões, impactando fortemente a economia da região. Em Itaboraí, umas das cidades mais prejudicadas, a perda da arrecadação é da ordem de 50%. “Nós sabemos que o setor naval tem dado emprego para a região Leste Fluminense. Aquilo que acontece na cidade de Itaboraí e São Gonçalo afeta na cidade de Niterói. Estamos aqui para manifestar a nossa solidariedade aos municípios do Leste Fluminense. Além disso, solidariedade aos trabalhadores dessa região. Queremos a retomada do onvestimento da indústria naval e do Comperj”, disse o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.