O sindicato uruguaio dos trabalhadores do setor de gás, que representa os empregados da Petrobrás no País, realizou na última sexta-feira (14) uma manifestação em frente à Embaixada do Brasil em Montevidéu, em apoio à greve geral brasileira e também para exigir a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O sindicato denunciou os vazamentos de trocas de mensagens entre os procuradores do Ministério Público do Paraná e o ex-juiz, Sérgio Moro, que revelam a ilegalidade cometida pela operação Lava Jato para prender Lula e tirá-lo da disputa da eleição presidencial do ano passado.
“A prisão de Lula foi uma operação política e não judicial. Por isso, reivindicamos mais uma vez a sua liberdade”, afirmou o diretor do sindicato, Alejandro Acosta, ressaltando que as arbitrariedades da Lava Jato levaram à eleição de Jair Bolsonaro, cujo governo está reduzindo os quadros e ativos da Petrobrás, o que afeta também os trabalhadores da empresa no Uruguai.
“A intenção do atual presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, é congelar salários, eliminar empregos e alienar áreas estratégicas da empresa. Então, nessas circunstâncias, entendemos que as políticas de Bolsonaro têm um efeito concreto no Uruguai”, ressaltou o sindicalista, em entrevista à imprensa local.
A Petrobrás é controladora da MontevideoGas, da qual detém 100% do capital, e da distribuidora de gás Conecta, onde tem 55% das ações.
No dia 26 de abril, o Conselho de Administração da estatal aprovou um pacote de privatizações que incluiu a saída do setor de distribuição de gás do Uruguai e a venda da rede de postos de gasolina da PUDSA.
Os trabalhadores do setor de gás uruguaio denunciam, desde 2016, os conflitos com a gestão da Petrobrás, que levaram o sindicato a realizar greves de fome, manifestações e ocupações nas dependências da MontevideoGas.
No último dia 10, anunciaram uma greve por tempo indeterminado para reverter a precarização e as demissões, que ocorrem em função do desmonte que a empresa brasileira está promovendo no setor de gás do País.
Fonte: FUP, com informações da Agência EFE