Por uma questão ideológica, a direção da Petrobrás alterou o nome de 11 usinas termelétricas da empresa. Todas as unidades tinham sido batizadas durante o governo Lula com nomes que homenageavam líderes populares, intelectuais e políticos – a maioria deles ligados à defesa da soberania nacional.
A medida coincide com a postura do governo de Jair Bolsonaro que é marcadamente ideológico e tem se destacado pela postura privatista e entreguista em relação ao patrimînio público do povo brasileiro.
“A perseguição ideológica é uma marca também da atual gestão da Petrobrás. Não perdoaram sequer o nome de Aureliano Chaves, um ex-político de direita aliado ao regime militar, mas contrário às privatizações. É assustador como esse governo, na ânsia de eliminar qualquer ideia de soberania nacional, desrespeita a história do País”, disse o diretor do Sindipetro/MG, Felipe Pinheiro.
Entre as usinas que tiveram nomes alterados estão, além da Aureliano Chaves (Ibirité – MG) já citada acima: Sepé Tiarajú (Canoas – RS), Barbosa Lima Sobrinho (Seropédica – RJ), Euzébio Rocha (Cubatão – SP), Fernando Gasparian (Sáo Paulo – SP), Leonel Brizola (Duque de Caxias – RJ), Luiz Carlos Prestes (Três Lagoas – MS), Mario Lago (Macaé – RJ), Celso Furtado (São Francisco do Conde – BA), Jesus Soares Pereira (Alto do Rodrigues – RN) e Rômulo Almeida (Camaçari – BA).
Com a mudança, as termelétricas voltaram a ter o nome original, que faz referência à região onde a usina está localizada. No caso da Termelétrica Aureliano Chaves, o nome voltou a ser UTE Ibirité.
Veja a íntegra da nota publicada pelo jornalista Ancelmo Gois, em sua coluna no jornal “O Globo”:
“A Petrobras alterou os nomes de 11 de suas usinas termoelétricas (UTE), que no governo Lula ganharam nomes de personalidades, quase todas de esquerda ou nacionalistas.
Nem mesmo o índio Sepé Tiarajú (1723-1756), que morreu durante a batalha em que tentava proteger 30 mil índios de uma remoção feita pelo exército unificado dos reinos de Portugal e Espanha, e cujo processo de canonização corre no Vaticano, escapou.
A lista de cassados inclui também Aureliano Chaves, Barbosa Lima Sobrinho, Euzébio Rocha, Fernando Gasparian, Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, Mario Lago, Celso Furtado, Jesus Soares Pereira e Rômulo Almeida.
Com a mudança, a maioria volta a ter o nome original, que faz referência à região onde a usina está localizada.
A estatal, que pretende privatizar 15 das 26 termoelétricas que possui, diz que a Aneel, no último dia 25, autorizou a mudança ‘para facilitar o registro dos nomes no INPI [Instituto Nacional da Propriedade Industrial]’. É. Pode ser”.
Fonte: FUP, com informações de O Globo