Para FUP, manobra do governo federal adia votação do PL dos combustíveis no Senado Para FUP, manobra do governo federal adia votação do PL dos combustíveis no Senado

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 24 de fevereiro de 2022

O PL1472/2021 propõe programa de estabilização dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, fazendo frente à política de Preço de Paridade de Importação


por assessoria da FUP

O PL1472/2021 propõe programa de estabilização dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, fazendo frente à política de Preço de Paridade de Importação

 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados receberam com indignação o adiamento da aprovação do Projeto de Lei 1472/2021, no Senado Federal, que propõe um programa de estabilização dos preços dos combustíveis em favor dos brasileiros e que faz frente à política vigente do Preço de Paridade de Importação (PPI) – adotada em outubro de 2016 pelo ex-presidente Michel Temer, e mantida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro -, com reajustes baseados, sobretudo, nas cotações internacionais de petróleo, variação cambial e custos de importação.

O PL 1472, de autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE), foi pautado e debatido nesta quarta-feira, 23, em sessão ordinária no Plenário, mas sua votação foi adiada para a próxima terça-feira, dia 8.

“Manobra do governo federal demonstra que não querem resolver o problema da alta dos preços dos combustíveis. Adiaram a votação do PL, enquanto o PPI empobrece o trabalhador e enriquece os acionistas da gestão da Petrobrás, empresa que anunciou ontem ao mercado o maior lucro de sua história, R$ 106 bilhões em 2021, influenciado pela alta sucessiva dos preços dos derivados no mercado interno”, afirmou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, que estava presente na discussão da matéria, relatada pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN).

A FUP e o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) acompanharam os debates que envolveram a construção do PL.
Para Bacelar, o PL 1472/2021 é uma tentativa bem intencionada, ainda que paliativa, de a oposicão no Legislativo dar uma resposta à escalada dos preços dos combustíveis e ao silêncio e às mentiras do Executivo e da gestão da Petrobrás, que, ao invés de se responsabilizarem pelo problema, preferiram terceirizar a culpa para o mercado internacional e para os governadores. “Lavaram as mãos, infelizmente”, lamentou o dirigente.

Segundo ele, o PL é um passo para a autonomia do país e dos brasileiros que ganham seus salários em real, mas compram combustíveis a valores em dólar, por causa do PPI.
“O Executivo e a gestão da Petrobrás insistem em manter o PPI, mas a oposição no Legislativo vai possibilitar, por meio do PL 1472, a criação de uma lei que pode tornar ilegal a política de preços tal como praticada hoje. Não há solução definitiva para a inflação de combustíveis que não passe pela mudança no PPI”.

Bacelar citou levantamento do Dieese/seção FUP, segundo o qual, desde a adoção do PPI, a gasolina e o óleo diesel, na refinaria, tiveram reajuste de 117%, ante uma inflação 29,8% no período. No gás de cozinha, a alta acumulada foi ainda maior, de 287,2%.

 

Aprovado na CAE

O  PL 1472/ 2021 já tinha sido aprovado em dezembro do ano passado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e se encontrava desde então na pauta do Plenário, aguardando votação.