Um ano de lutas e vitórias que reacendem a esperança! Um ano de lutas e vitórias que reacendem a esperança!

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 22 de dezembro de 2022

Defendemos a Regap e elegemos Lula por um futuro mais justo!


por Sindipetro/MG

 

Encerramos um ciclo de angústias, lutas e resistência da nossa categoria. Uma nova etapa se inicia, com as petroleiras e os petroleiros mais aliviados após o término de um verdadeiro pesadelo que foi o governo Bolsonaro. Também acumulamos vitórias fundamentais para a redefinição do futuro da empresa e do país. Comemoramos a interrupção da venda da Refinaria Gabriel Passos, Regap, assim como a vitória eleitoral de Lula. Esperamos que o projeto anti-povo, autoritário e privatista bolsonarista seja estancado e a eleição de um governo democrático nos possibilita sonhar com novos tempos para a Petrobrás e o povo brasileiro.

Infelizmente, a tarefa colocada ao novo governo não é somente avançar em políticas públicas que possam responder às demandas históricas de desenvolvimento e justiça social. O desafio histórico de Lula é, na verdade, a reconstrução de um país destruído. O grupo de transição, formado por Lula, avaliou dados do desgoverno Bolsonaro e diagnosticou uma realidade já alertada, durante o período eleitoral, para quem quisesse ver. Após uma das mais criminosas manobras para a compra de votos e tumultuar o processo eleitoral, o governo Bolsonaro entregou o país em frangalhos, sem condições de sequer de arcar com despesas obrigatórias nas áreas da educação, saúde, meio ambiente e, principalmente, na manutenção com dignidade dos já desmontados programas sociais.

Na Petrobrás, assistimos a tentativa da gestão bolsonarista impor o projeto derrotado nas urnas, na bacia das almas do governo. Mesmo sob protestos da categoria e dos pedidos da equipe de transição, a estatal vendeu a Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e aprovou um novo plano estratégico reafirmando a lógica de privatização de ativos, preços absurdos para os combustíveis, baixíssimo nível de investimentos e, claro, uma criminosa política de remuneração de acionistas – na sua maioria, privados e estrangeiros.

Nossa esperança é grande porque sabemos o histórico do governo Lula com a gestão da empresa, quando houve a expansão do parque de refino e investimentos em tecnologia. Só temos o pré-sal graças à gestão do Lula na Petrobrás. A estatal perfurou o pré-sal depois que empresas privadas haviam se recusado. Se não fosse isso, a produção de óleo hoje seria menos da metade e o lucro não seria tão alto. A Petrobrás só é o que é graças ao governo Lula. Sua vitória representa um plebiscito sobre os projetos privatistas. Uma vitória da garantia da Petrobrás como empresa pública.

Mudar o cenário atual de desmonte e reconstruir a Petrobrás não será uma tarefa importante apenas para a categoria petroleira, mas também para o futuro do nosso país. Recolocar a estatal como indutora do desenvolvimento nacional será imprescindível para a retomada da indústria brasileira, dos empregos, da tecnologia e da soberania brasileira. Será dura a luta para garantir essas mudanças, especialmente diante das pressões e chantagens do dito “mercado”, como foi percebido nos debates sobre o novo ministro da Fazenda e da chamada PEC do Bolsa Família.

O que esperamos é que a Petrobrás volte a ser uma empresa com foco no futuro, para ampliar as ações em direção a transição energética, continuando a investir em refino, tendo soberania e voltando para o trilho de uma empresa que pensa e investe no futuro. Ou seja, com uma transição energética justa com foco na estabilidade social, investindo em biodiesel para que possamos daqui a vinte anos ter uma Petrobrás forte. Precisamos retomar a Petrobrás como uma empresa geradora de emprego, de tecnologia e incentivo à indústria brasileira.
As vitórias reacendem nossas esperanças de um futuro mais justo, no entanto, também podemos considerar que essas conquistas são como batalhas ganhas em tempos de guerra, diante de tantos desafios. Importante lembrar que o desafio de mudar a Petrobrás e reconstruir o país não é somente de Lula e do PT. Trata-se de uma tarefa de todos nós, das organizações populares, como sindicatos e movimentos sociais, de cada petroleira e petroleiro e, de cada trabalhadora e trabalhador brasileiro. É preciso mudar as políticas que nortearão um governo em disputa, mas é também preciso lutar por organização, formação e luta nas bases, onde o bolsonarismo emergiu. Mesmo com o fascismo tendo sido derrotado nas urnas, ele ainda está vivo na sociedade.

Conseguimos defender a Regap, agora precisamos avançar no projeto de Petrobrás que queremos. Em defesa dos nossos direitos, temos que cumprir a tarefa de vencer o bolsonarismo e derrotar aqueles que defendem projetos privatistas e de retirada de direitos dos trabalhadores. Precisamos ter sabedoria de fazer as nossas lutas na disputa de ideias para os verdadeiros avanços da classe trabalhadora, sem nos restringir à pauta corporativa.

Na retrospectiva que fizemos nesse jornal, lembramos que, nos últimos anos, encampamos uma longa e dolorosa jornada de resistência em defesa dos nossos empregos, direitos e do patrimônio mineiro. Em 2022, nos engajamos de peito aberto na eleição mais difícil da nossa história. Ousamos sonhar, lutar e vencer! Temos de nos orgulhar, comemorar e respirar depois de tanta luta. É momento de recarregar as energias e acumular disposição para o trabalho árduo que é reconstruir um país! Feliz 2023!