Etal nega direitos básicos aos seus trabalhadores na Regap

Presidente do SindiAsseio, afirma que levará o impasse na negociação com a Etal ao conhecimento da gestão da Regap

por Sindipetro/MG

Uniformes, EPI´s (equipamentos de segurança), café da tarde, vale alimentação, pagamento de horas extras nos finais de semana e isonomia salarial fazem parte da pauta de reivindicações dos trabalhadores da empreiteira Etal Prestação de Serviços, empresa contratada da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.

Com o objetivo de celebrar um Acordo Coletivo de Trabalho com a empresa, o SindiAsseio (Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio Conservação e Limpeza urbana da RMBH) entregou à Etal, no dia 9 de janeiro, uma pauta com oito reivindicações levantadas pelos trabalhadores para a melhoria das condições de trabalho e avanços, como Participação nos Lucros e Resultados e prêmio remuneratório pelo trabalho desempenhado nas “Paradas Técnicas” e cumprimento de metas (áreas verdes).

O Sindipetro/MG, constantemente, acompanha a situação dos trabalhadores terceirizados e denuncia descumprimentos de direitos, apoiando suas lutas. “Nessa empresa, o que chama a atenção são as reivindicações de direitos básicos e obrigatórios como uniforme e EPI´s. Isso mostra o nível de precarização do trabalho nas empreiteiras. Uma situação que costuma ser acompanhada de ameaças de demissões e práticas para impedir a organização dos trabalhadores em busca de direitos legítimos e fundamentais para a saúde e segurança no trabalho”, opina Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro/MG.

A gestão da Etal não se reuniu com o sindicato da categoria, conforme solicitado. No dia 11 de janeiro, enviou um ofício desconsiderando quase todos os itens da pauta reivindicada. Eles alegam que cumprem a legislação trabalhista com o fornecimento de uniformes e equipamentos de segurança necessários ao desenvolvimento das atividades, assim como o pagamento de horas extras, conforme a lei. Também diz que está dispensada de fornecer vale refeição/alimentação, porque a Regap já fornece alimentação no local de trabalho.

O presidente do SindiAsseio, Leonardo Vale, afirma que a pauta foi construída com os trabalhadores da empresa e que levará o impasse na negociação com a Etal ao conhecimento da gestão da Regap. “Vamos marcar uma nova assembleia com a categoria nos próximos dias para discutir os rumos do ACT”, afirma

Na internet, a a prestadora de serviços Etal divulga que estão entre os seus valores “cuidar das pessoas que nos fazem crescer” e “respeitar o ser humano”, no entanto, esses valores parecem não ter tanta prioridade assim quando o trato é com os trabalhadores da própria empresa. Um exemplo denunciado é que, durante a Copa do Mundo, a empresa exigiu que os empregados folgassem para assistir aos jogos do Brasil e, agora, sem qualquer negociação prévia, querem usar essas horas para economizar no pagamento de horas extras aos sábados.