Morte de vigilante na Reduc mostra o descaso com a vida Morte de vigilante na Reduc mostra o descaso com a vida

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 17 de março de 2023

Descaso com a segurança nas unidades da Petrobrás é recorrente


por Sindipetro/MG

 

A morte de Leonardo Lopes da Silva, vigilante terceirizado da Refinaria Duque de Caxias (REDUC), mostra que a conta do sucateamento na Petrobrás costuma ser paga em vidas. No dia 13 de março, o trabalhador da empreiteira Veper morreu após ser baleado em confronto com um assaltante que tentava se refugiar na refinaria situada na baixada fluminense, no Rio de Janeiro.

Segundo informações, o criminoso que baleou Leonardo havia tentado praticar um assalto na região e fugiu para a área externa da refinaria, rendendo um dos vigilantes do local. Quando o suspeito tentou fugir, ele foi surpreendido por dois seguranças. Houve troca de tiros e, após o confronto, Leonardo, de 39 anos, ficou ferido. Mesmo sendo levado ao hospital, não resistiu aos ferimentos.

Para o Sindipetro Caxias, o incidente foi uma tragédia anunciada. Não é a primeira vez que ocorre um evento de insegurança na refinaria. Em fevereiro de 2022 um petroleiro foi agredido na entrada da REDUC e, em meados de 2022, um carro com dois bandidos, fugindo da polícia, invadiu a refinaria. “Os sensores de presença não estão funcionando como deveriam. Por vezes, as grades são cortadas e há furtos de cabos. A nossa vigilância está cada vez mais terceirizada, e temos uma evasão de seguranças concursados”, descreve Marcello Bernardo, coordenador do Sindipetro Caxias. Em protesto, o Sindicato promoveu um “trancaço” na portaria da REDUC, no dia 14 de março,

 

Insegurança

A situação de insegurança no trabalho não é só um problema na Reduc. Em dezembro de 2022, o Sindipetro/MG cobrou medidas contra invasões de criminosos na Usina Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité). Na ocasião, houve até mesmo ocorrência policial de furto que culminou com a prisão em flagrante do criminoso nas dependências da Usina. Assim como a Reduc, a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, também se localiza em um região com altos índices de criminalidade. A Regap já conviveu com invasões e, recentemente, apresentou uma série de problemas nas condições de trabalho dos vigilantes, inclusive com atrasos de salários e benefícios.

Diante da trágica morte na Reduc, o Sindpetro/MG cobrou da gerência da Regap uma reunião específica para tratar da segurança patrimonial. Em reunião do Comitê Local de SMS da UTE Ibirité, realizada nesta quinta-feira (16), o Sindicato cobrou o aumento do efetivo de vigilantes, dentre outras medidas para melhorar as condições de segurança.

“Nós não somos só um número de matrícula, a vida de todos os trabalhadores importam. Somos solidários com a família do Leonardo e continuaremos exigindo o fim da precarização e da insegurança nas unidades da Petrobrás”, afirma Guilherme Alves, diretor do Sindipetro/MG e da FUP.