Processo de anistia do petroleiros foi o primeiro passo para um novo Brasil
Foto: Leonardo Lucena
Nos primeiros anos do governo Lula, em resposta à luta da categoria petroleira, a Petrobrás analisou e acatou centenas de pedidos de anistia dos trabalhadores do Sistema Petrobrás que haviam enfrentado demissões ou sanções à sua corajosa participação em mobilizações e à histórica greve de 1994.
A mudança de postura da empresa foi resultado da melhora do diálogo entre a Petrobrás e a categoria petroleira. Porém, o avanço só foi possível devido a política de gestão adotada pelo governo petista, se opondo a forma como a Petrobrás vinha sendo desmontada ao longo do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC).
No total, a Comissão Interministerial concedeu anistia a 88 demissões, 443 advertências, 269 suspensões e 750 punições de petroleiros que, injustamente, não receberam promoções ou aumentos salariais devido à sua participação nas greves de 1994 e 1995. Além disso, ao longo de sua existência, a Comissão desempenhou um papel de relevância ao reintegrar aos quadros da Petrobras 966 trabalhadores anistiados das extintas Interbrás e Petromisa.
Neste mesmo período, a Petrobrás apresentava um crescimento significativo como uma empresa energética, proporcionando uma transformação econômica profunda, e reafirmando o seu compromisso social como empresa estatal. O crescimento também impactou no número total de funcionários próprios da empresa. “Durante os governos do PT, a categoria petroleira experimentou um período de conquistas sem precedentes, com a Petrobras saindo de 38 mil trabalhadores, durante o governo FHC, para 86 mil, em apenas 12 anos. Além disso, os salários foram valorizados com aumentos reais significativos, e melhorias substanciais foram implementadas no plano de Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS)”, avalia o então presidente do Sindipetro/MG nas gestões entre 1999 a 2017, Leopoldino Martins.
Esse extraordinário crescimento não apenas fortaleceu a Petrobrás como uma das maiores empresas da América Latina, mas também impulsionou a economia nacional. Com mais investimentos e mão de obra, a descoberta do pré-sal, com suas vastas reservas de petróleo, se tornou um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico do país, proporcionando a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que trouxe investimentos em infraestrutura, saúde, educação e programas sociais, contribuindo para elevar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento.
Esse período não apenas testemunhou a anistia das injustiças cometidas contra os petroleiros, mas também celebrou o retorno da Petrobrás como uma das empresas líderes do desenvolvimento nacional, tanto na área industrial quanto social. Essa conquista é, inegavelmente, resultado do esforço conjunto da categoria petroleira, que marcou uma época de transformação e progresso no Brasil.