TVT exibe série documental ‘A Trama’, sobre a perseguição de Lula pela Lava Jato

“A Trama” expõe como por trás da aparente mobilização anticorrupção havia uma agenda política mais profunda, visando à desestabilização do governo e à reversão de políticas sociais

Por Redação RBA

São Paulo – Na madrugada de 4 de março de 2016, Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, viram-se no epicentro de um tumulto que mudaria os rumos da política brasileira. Sob a autoridade do então juiz Sergio Moro, a Polícia Federal invadiu seu apartamento, culminando na condução coercitiva do ex-presidente. Esse evento sem precedentes, que desencadeou uma série de acontecimentos marcantes para o país, levou à prisão de Lula no dia 7 de abril de 2018. A série A Trama conta essa história detalhadamente. Em seis capítulos, ela estreia na TVT a partir desta segunda-feira (25), às 22h15.

A Trama mergulha fundo no episódio do 4 de março e além. Então, expõe como levaram Lula a um espaço público no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, separado apenas por paredes de vidro de grupos inflamados pelo ódio cultivado pela mídia corporativa e sensacionalista. O historiador Lincoln Secco, um dos mais de 40 entrevistados na série, descreve o momento como um divisor de águas na civilidade política brasileira. Lá, a dignidade do adversário foi ignorada, abrindo caminho para uma polarização enraizada no ódio.

Além disso, a série destaca as convocações para manifestações “contra a corrupção” e pelo impeachment de Dilma Rousseff, apoiadas por emissoras e portais nos dias seguintes, culminando nos protestos de 13 de março de 2016. No entanto, A Trama expõe como por trás da aparente mobilização anticorrupção havia uma agenda política mais profunda, visando a desestabilização do governo e a reversão de políticas sociais.

Os protestos, marcados pela apropriação de símbolos nacionais e uma retórica antissocial, revelavam um redirecionamento do descontentamento popular. Não apenas contra a corrupção, mas contra políticas de inclusão social. Enquanto as massas se manifestavam nas ruas, nos bastidores se desenhava um plano de poder envolvendo diversos setores da elite brasileira. Envolvendo interesses que transcendiam as fronteiras do país.

Estrutura da trama

A Trama não deixa pontas soltas. A cada episódio, jornalistas, historiadores, sociólogos, cientistas políticos e juristas fazem uma análise aprofundada. Então, revelam os complexos interesses por trás dos eventos políticos. A série também revela as trocas de mensagens constrangedoras entre juízes e procuradores, destacando a conexão entre o sistema de Justiça, a imprensa e os interesses políticos por trás das ações contra Lula e a democracia brasileira.

Episódios

Episódio 1 – A Lei do Golpe (2016). Da condução coercitiva, em março de 2016, ao afastamento de Dilma Rousseff.

Episódio 2 – O Alvo (2016-2017). Uma das primeiras decisões do Congresso após a saída de Dilma é revogar o regime de partilha e reduzir o papel da Petrobras na exploração do pré-sal. Mas o que o petróleo tem a ver com a prisão de Lula?

Episódio 3 – Conexão Curitiba (2017-2018). A prisão do dono da OAS, Léo Pinheiro, força um terceiro acordo de delação premiada, porque os dois anteriores não passaram, por não implicar Lula. As mentiras de Moro durante o primeiro embate com Lula. Os atentados das milícias armadas à caravana de Lula pelo Sul. E os movimentos para se chegar à condenação em segunda instância, no TRF4, em Porto Alegre.

Episódio 4 – Cale-se (2018). “A vingança dos donos do poder. O ódio contra Lula e contra Marielle tem uma raiz comum. (Uma elite) tratando seus privilégios como se fossem um dom, algo natural de quem está no poder.” O papel da Vigília Lula Livre na capacidade de resistência do ex-presidente.

Episódio 5 – (Liberdade) Opção Indisponível (2018). O Estado de direito em frangalhos. O desrespeito da PF a uma decisão do desembargador que manda soltar Lula. O acovardamento do STF e a entrada dos militares no ambiente de ameaças para manter Lula fora da eleição.

Episódio 6 – Não é o Fim (2019). Moro chegando ao poder, por gratidão de Bolsonaro, mas efêmera. As revelações em série da Vaza Jato expondo o conluio de Curitiba. A intensidade dos movimentos políticos e das (re)ações da defesa de Lula. A volta no mesmo ponto de onde saiu: nos ombros do povo.