Sindipetro/MG repudia demissões em massa pela MetrôBH Sindipetro/MG repudia demissões em massa pela MetrôBH

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 11 de abril de 2024

Privatizado a partir de uma manobra do governador de Minas Romeu Zema (Novo) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o metrô de Belo Horizonte é gerido desde março de 2023 pela empresa MetrôBH. No dia 4 de abril de 2024, a empresa iniciou um plano de demissão coletiva, com a previsão de atingir 230 trabalhadores. Atitude repudiada pelos metroviários, entidades sindicais e pelo Sindipetro/MG.

Diante de ação do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), no dia 9 de abril, foi concedida uma liminar da 40ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte que suspendeu o plano de demissão em massa. Por decisão da juiza Renata Lopes Vale, foi determinada a  reintegração de oito funcionários que foram desligados na primeira semana do mês. Em caráter de urgência, o descumprimento das ações cabe multa de R$ 10 mil por cada trabalhador que não for reintegrado ou que for demitido enquanto valer a liminar. A empresa que administra o transporte, a Metrô BH, tem o direito de entrar com recurso.

O Sindimetro-MG denuncia que não há diálogo com a empresa, que age de forma arbitrária, privilegiando seus interesses. Segundo o Sindicato, desde que o trem urbano da capital mineira foi privatizado, do total de 1.483 trabalhadores, mil já foram demitidos. Eles também denunciam a piora das condições de trabalho com jornadas estressantes, assédio moral e retirada de direitos. 

Privatiza que piora

Para a população, a privatização do metrô significou passagens mais caras e a piora dos serviços. A tarifa passou de R$ 4,50 para R$ 5,30. Atualmente, a capital mineira é o município do país que cobra mais caro por quilômetro rodado no metrô. As obras prometidas como justificativa para a venda da antiga Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) também estão paradas e o sistema apresenta constantes falhas técnicas. 

O Sindipetro/MG sempre apoiou as lutas contra a privatização do metrô e, neste momento difícil, se solidariza com os metroviários e suas famílias. “Os trabalhadores sempre são as vítimas da face mais cruel da privatização. É momento de a sociedade mineira cobrar a reversão dessa farsa, um crime contra o patrimônio público que só trouxe prejuízos para a população”, opina Guilherme Alves, coordenador-geral do Sindipetro/MG.