FUP cobra Plano de cargos único em primeira reunião da comissão que trata do assunto FUP cobra Plano de cargos único em primeira reunião da comissão que trata do assunto

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 26 de julho de 2024

Petroleiros reforçaram a necessidade de negociação entre as partes para mudanças no Plano de Cargos e regramento coletivo do Teletrabalho; reuniões temáticas ocorrem no mês de agosto

[Da Comunicação da FUP]

Na tarde desta quinta-feira (25) ocorreu a primeira reunião da Comissão que trata sobre o Plano de Cargos, entre o RH da Petrobrás e representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O encontro tratou sobre dois assuntos muito caros à categoria: o Plano de Cargos e o Teletrabalho.

O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, reafirmou a extrema relevância desses assuntos para a categoria e problematizou o processo de implementação do Plano de Carreiras e Remuneração: “Infelizmente não houve um processo de escuta, de pesquisa, de dar uma atenção às pessoas de fato, na hora de implementação do PCR e os problemas gerados pela existência de dois planos são evidentes”.

No entendimento da FUP, assim como o acordo de redução de jornada foi negociado, Plano de Cargos, Remunerações variáveis e Teletrabalho também podem e devem ser. A entidade entende que não há porque não ter regras de horario diferentes entre aqueles que realizam jornada de 6 horas, seja por redução de jornada ou por serem de atividade diferenciada.

Bacelar reforçou a visão da Federação: “Precisamos de fato ver o que tem de bom em um e outro plano de cargos e construir um novo e único plano de cargos e tabela salarial para todo o Sistema Petrobrás, incluindo PBio e ANSA, independente da função e da empresa”.

Os dirigentes solicitaram que enquanto não houver essa unificação a empresa precisa garantir a isonomia entre os planos, já que apesar do 20% de Avanço de nível para o Plano de Classificação e Avaliação de Cargos (PCAC), se mantém a desigualdade.

Em relação às regras de mudança de ênfase, a FUP questionou os critérios para elegibilidade e quem define essas mudanças, e exigiu total transparência nas regras sobre o tema. Para a entidade, a gestão não pode criar uma nova ênfase sem negociar com o sindicato e precisa garantir capacitação para os trabalhadores e trabalhadoras que mudarem de ênfase.

Teletrabalho

Bacelar voltou a frisar a necessidade dos sindicatos participarem da construção de um regramento coletivo para o teletrabalho: “Tudo aquilo que a empresa decide fazer sem construir um acordo entre as partes e com os trabalhadores, gera problemas, e é um fato que temos um problema instalado em relação ao teletrabalho”.

A Federação relatou o histórico da luta da entidade em relação ao teletrabalho, que data de mais de cinco anos, e reforçou a conquista da garantia no ACT do teletrabalho integral para os PCDs e pais de PCDs, para os transferidos, e para os trabalhadores com doenças graves ou dependentes nessa situação. No caso dos transferidos, a Federação frisou a possibilidade de que caso seja necessário o trabalho presencial, os empregados possam se apresentar na unidade mais próxima do seu local de moradia.

A FUP entende que algumas das críticas recebidas pela entidade por parte de gestores são responsabilidade da empresa, como destacou a diretora Cibele Vieira: “A lógica do trabalho entorno da entrega e não da jornada foi determinada pela gestão da empresa, o que fez que as pessoas se adaptassem a ela, hoje a empresa não pode falar o contrário de forma unilateral. Precisamos regrar isso de forma negociada, porque as regras têm que fazer sentido no dia a dia do trabalhador”.

Próximos passos

A comissão de Plano de Cargos seguirá durante o mês de agosto. A FUP solicitou reuniões específicas para aprofundar 4 temas no próximo mês :

– Progressão de carreira. Regras atuais de distribuição da verba e avaliação do AN&P, assim como dados sobre a situação da categoria como em relação a: tempo médio de permanecia como Júnior, Pleno, Sênior e master. Segmentado por gênero, raça e regime.

– Remuneração: comparações com outras empresas do salário inicial, topo da carreira e remunerações médias.

– Cargos/ênfases atuais nos planos e atividades que existem na empresa e que não estão no plano de cargos porque são exercidas por prestadores de serviços. Esmiuçar a lógica de divisão entre Júnior, pleno, Sênior e Master.

– Formas de seleção para cargos de chefia e consultoria, Iniciativas de formação e mentorias.

A Federação entende necessário um diagnóstico e um aprofundamento das reflexões sobre como a estrutura da empresa está regrada hoje sobre as atividades exercidas por todos os trabalhadores e o reconhecimento e progressão da carreira.

Esse reconhecimento e progressão não devem ser separados da função gerencial e especialista como é hoje. A entidade requer dados para avançar em uma negociação consistente de um novo Plano de Cargos.