A categoria petroleira está em luto diante da ocorrência de acidentes e mortes no Sistema Petrobrás. Só em episódios ocorridos nesta semana, na região norte-fluminense do Rio de Janeiro, houve a morte de dois trabalhadores. O Sindipetro/MG lamenta as perdas e se solidariza com os familiares e amigos das vítimas, ambas contratadas de empresas terceirizadas da Petrobrás.
Ato pela vida, nesta sexta, a partir das 7 horas, na portaria da Regap
No dia 7 de outubro, na base de Cabiúnas, em Macaé, a trabalhadora Rafaela Martins de Araújo, 27 anos, engenheira contratada pela empresa MJ2 Construções, que presta serviço à Petrobrás, foi atropelada por um rolo compressor. Segundo as primeiras informações, o equipamento teria perdido o freio. A trabalhadora chegou a ser levada para uma UPA próxima, mas não resistiu.
O Sindipetro-NF, que representa os trabalhadores da Petrobrás na região, ainda apura mais informações. “Estamos muito consternados pelo ocorrido e prestamos nosso apoio à família enlutada. Ninguém sai de casa para trabalhar contando que vai perder a vida. Dedico meus profundos sentimentos de pesar aos familiares e amigos”, afirmou a diretora do Sindipetro-NF, Débora Simões.
A outra morte ocorreu no dia 5 de outubro. O técnico Edson Lopes Almeida faleceu a bordo do FPSO Niterói da empresa Modec. Seu corpo foi encontrado no dia em que estava previsto para desembarcar, gerando uma onda de consternação entre os colegas e familiares.
As informações são de que o trabalhador faleceu de causa natural, no entanto, o Sindipetro/NF considera importante que haja investigação para apurar as circunstâncias da morte. “Na visão do sindicato, existem duas possibilidades que precisam ser consideradas: uma delas é o fato do trabalhador estar se extenuando a bordo, e outra é a empresa estar colocando pessoas para trabalhar sem condições de saúde adequadas”, afirmou Alexandre Vieira, diretor do Sindipetro-NF, em nota sobre a ocorrência.
O Sindicato denuncia que a situação é alarmante para os trabalhadores, especialmente considerando as condições de trabalho intensas e os riscos à saúde enfrentados por esses profissionais, que atuam em condições adversas a bordo das unidades de petróleo e gás. O Sindipetro-NF já solicitou oficialmente que a Petrobrás inicie uma investigação sobre os casos de morte natural a bordo das plataformas e FPSOs. Segundo o sindicato, esses incidentes não podem continuar acontecendo sem que as causas sejam devidamente apuradas, especialmente considerando as condições de trabalho intensas e os riscos à saúde enfrentados por esses profissionais.
Basta de Mortes no Sistema Petrobrás
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos preparam atos em suas bases para denunciar o descaso da empresa com questões de SMS e pautas que, reiteradamente, são cobradas pelas entidades sindicais.
“As ocorrências, inclusive envolvendo vítimas fatais, são uma tragédia anunciada. O problema não está somente nas unidades em Minas, mas em todo o Sistema Petrobrás. Nossas pautas na área de SMS precisam avançar”, opina o coordenador-geral do Sindipetro/MG, Guilherme Alves.
A diretora de SMS da FUP, Miriam Cabreira, também engrossa as críticas feitas à condução da política de SMS da Petrobrás. “Quando se trata de segurança, a direção da Petrobrás tem perdido tempo com perfumaria, como obrigar o trabalhador a tirar o bigode. Isso é algo que a gente até podia esperar na gestão bolsonarista, mas não nessa. É preciso focar no que está acontecendo agora, diante de tantos acidentes e mortes no Sistema Petrobrás”. Segundo ela, é urgente a necessidade de fazer uma política de SMS de verdade, voltada para a real segurança dos trabalhadores e trabalhadoras.