2024: seguimos na árdua tarefa de reconstrução da Petrobrás 2024: seguimos na árdua tarefa de reconstrução da Petrobrás

Notícias, Tribuna Livre | 18 de dezembro de 2024

Terminamos mais um ano, ciente das vitórias e dos desafios da nossa categoria para reconstruir a Petrobrás e o Brasil. Ao longo dos últimos 12 meses, seguimos com a missão de mobilizar e conscientizar os trabalhadores sobre a necessidade da luta coletiva para avançar em uma empresa e uma sociedade mais justa e igualitária. Isso se tornou ainda mais necessário diante dos desafios da atual conjuntura política nacional e internacional, dos limites da frente ampla em torno do governo Lula e das ainda persistentes ameaças golpistas à democracia brasileira pela extrema direita bolsonarista.

 

As eleições municipais no Brasil e a vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos demonstram a resiliência desses grupos em retomar um projeto de retrocessos e de destruição do patrimônio público. Governantes como Romeu Zema, em Minas, e Tarcísio de Freitas, em São Paulo, têm se destacado como expoentes de uma direita que não se envergonha de se aliar ao bolsonarismo, mesmo diante das graves denúncias de golpe e do chocante plano de assassinato do presidente Lula e de integrantes do STF pela cúpula bolsonarista.

Infelizmente, nem a falência do modelo privatista defendido por esses políticos, marcadas pela falta de planejamento estatal frente às trágicas enchentes no Rio Grande do Sul e do apagão de energia pela empresa privatizada de energia em São Paulo, tem conseguido arranhar a imagem desses governantes. O sucesso da campanha pela vida além do trabalho (contra a jornada 6×1), no entanto, demonstra a potencialidade da luta coletiva em torno de pautas que realmente afetam o dia-a-dia do trabalhador.

Na Petrobrás, tivemos importantes notícias quanto ao plano de reconstrução da empresa, como a retirada da PBio do processo de privatização, a reabertura da Fafen Paraná e do Gaslub, a retomada das obras na RNEST e a chegada de milhares de novos empregados via concurso público. Entretanto, mesmo com a mudança na presidência com a chegada de Magda Chambriard, ainda persistem dificuldades para destravar e diversificar investimentos, especialmente em projetos de transição energética, assim como de uma política imoral de distribuição de dividendos bilionários para acionistas.

Em relação aos direitos da categoria petroleira, conquistamos mais avanços importantes, como o pagamento de uma PLR com três remunerações e a retomada histórica do custeio da AMS para 70×30, um grande avanço para aposentados e pensionistas. Em relação à Petros, no entanto, seguimos lutando para uma solução definitiva para o fundo de pensão, com a realização de uma vigília com aposentadas e aposentados de todo o país e a participação de representantes da categoria na Comissão Quadripartite junto à SEST. Localmente, a categoria se mobilizou por melhorias nas condições de trabalho, como aumento de linhas de transporte e a implementação da segunda refeição no turno. Além disso, o Sindicato conduziu um amplo e profundo debate sobre a possibilidade de implantação do Vale Alimentação/Refeição na Regap, que resultou na aprovação pela maioria da categoria em assembleias com grande representatividade da categoria.

Em relação aos trabalhadores contratados, no entanto, o balanço do ano é muito negativo, diante das recorrentes violações a direitos trabalhistas por dezenas de empresas contratadas no estado de Minas Gerais, além das dificuldades para implementação de uma importante conquista deste governo Lula: o plano de saúde e odontológicos para dependentes de terceirizados. Dessa forma, nos unimos às lutas dos Sindicatos representantes da categoria contratada, realizamos denúncias semanais em nossos boletins e acionamos o Ministério do Trabalho.

Infelizmente, as desigualdades em torno das condições de trabalho dos empregados aposentados também se expressaram em uma escalada de incidentes e acidentes graves.  Aliás, o ano de 2024 se destacou por um delicado cenário em relação ao SMS, com seguidas mortes no Sistema Petrobrás, explicitando a necessidade urgente de uma grande reformulação da atual política de segurança da empresa. Diante disso, a categoria se mobilizou em paralisações e atos por mais efetivo, por melhores condições de trabalho e por uma política de SMS que respeite de fato a vida da categoria.

Portanto, apesar dos avanços conquistados nos últimos dois anos, são inúmeros os desafios que ainda persistem para a reconstrução da Petrobrás que queremos. Em 2025, destacamos algumas negociações importantes para a nossa categoria como aquelas envolvendo o Plano de Cargos, o Fórum de Efetivo, o Acordo Nacional de Parada e o ACT 2025. Também permanece nossa luta por uma solução definitiva para a Petros e por uma remuneração variável única e mais igualitária para todo o Sistema Petrobrás, assim como por um ambiente de trabalho mais seguro, diverso e inclusivo para a categoria, entre próprios e contratados.

Que em 2025 possamos refletir sobre as experiências acumuladas para vencermos os desafios, avançando ainda mais nas nossas conquistas!

 

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