Debates destacaram temas sobre diversidade e inclusão Debates destacaram temas sobre diversidade e inclusão

Notícias, Tribuna Livre | 18 de dezembro de 2024

Reforçando o seu papel social no combate às opressões de gênero, raça e exclusão das pessoas com deficiência, o Sindipetro/MG, este ano, ampliou o debate sobre essas questões e trazendo à tona como a categoria petroleira e toda a sociedade são afetadas quando não há respeito às diferenças ou situações de racismo e machismo predominam nas relações.  

Em abril, o Sindipetro/MG promoveu mais um Encontro de Mulheres Trabalhadoras da Petrobrás em Minas, que reuniu petroleiras do quadro próprio e contratadas.  A advogada Isabela Frois, da Casa Tina Martins, instituição que acolhe mulheres em situação de violência doméstica, mostrou dados e estatísticas alarmantes, revelando o quanto a violência contra a mulher é um problema de toda a sociedade. Outros temas como assédio sexual, igualdade salarial e combate às opressões também estiveram em debate.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, o número de feminicídios aumentou de 2022 para 2023. Foram 1.467 vítimas, 67 a mais que no período anterior e o maior número desde a criação da Lei do Feminicídio (2015). Minas Gerais lidera o ranking do feminicídio no Brasil, e apenas neste ano foram registrados mais de 108 assassinatos de mulheres motivados pelo fato de serem mulheres. 

A dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira, do Coletivo de Mulheres da Petrobrás, ressaltou a importância dos canais de denúncias existentes nos casos de assédio sexual na Petrobrás e que os Sindicatos também devem ser procurados. “Não podemos normalizar o assédio sexual ou o moral. Algumas mulheres têm medo de denunciar e se prejudicar, mas só de denunciar, mesmo que de forma anônima, é possível receber um acolhimento assim como ajudar a mapear os setores na empresa em que os casos estão acontecendo”, explicou.

As lutas das pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência, mulheres e população negra também estiveram em destaque no 38º Congresso Estadual do Sindipetro/MG, realizado em julho de 2024. O convidado Aruanã de Oliveira, coordenador da Rede Afro LGBT de Minas Gerais e militante do Movimento Brasil Popular, relembrou o processo histórico de resistência da população negra no Brasil para falar sobre o combate ao racismo no país onde a cada 23 minutos um jovem negro é morto. “Muitas lutas e greves foram protagonizadas pelos escravizados. A história é contada pelos opressores e não pelos oprimidos”, destacou. Sobre a Lgbtfobia, ele ressaltou que a população LGBTQIA+ sempre existiu e o preconceito é uma crueldade com as famílias que sofrem com o preconceito e a criminalização. 

Sobre as questões que afetam as pessoas com deficiência, o convidado Vinícius Venades, conselheiro do Conselho Municipal de Juventude, que é cadeirante, ressaltou que uma pessoa com deficiência costuma ser vista como uma pessoa frágil. Dados mostram que mais de 70% das pessoas PCD estão fora do mercado de trabalho. Também lembrou da pouca representação na política e que essas pessoas passam por dificuldades por falta de políticas de inclusão.

Já em novembro, mês da consciência negra, o Sindipetro/MG produziu um boletim especial com reportagem sobre as trajetórias de trabalhadores negros na Petrobrás em Minas, mostrando que apenas 22% de negros estão em cargos de liderança no Sistema Petrobrás. “A empresa tem a sua responsabilidade social, com condições de avançar na reparação das injustiças históricas e melhoria das relações de trabalho”, pontuou Guilherme Alves, coordenador-geral do Sindipetro/MG. 

 

 

 

 

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