FUP cobra compensação para redução da PLR, em reunião de acompanhamento do ACT FUP cobra compensação para redução da PLR, em reunião de acompanhamento do ACT

Notícias, Tribuna Livre | 22 de abril de 2025

Trabalhadores consideram afronta Petrobrás anunciar o pagamento de mais R$ 9,1 bilhões de dividendos adicionais para os acionistas, enquanto reduz em 31% a PLR dos que construíram os resultados da empresa

[Da comunicação da FUP]

Na reunião da Comissão de Acompanhamento do Acordo Coletivo de Trabalho do Sistema Petrobrás, realizada na tarde desta quinta-feira, 17, a FUP criticou duramente o comunicado da empresa de que pagará R$ 9,1 bilhões de dividendos adicionais aos acionistas, conforme deliberado pela AGO, na quarta-feira. A decisão é uma afronta aos trabalhadores que fizeram recentemente uma greve de 24 horas contra os ataques da gestão aos direitos da categoria e à negociação coletiva.

Um dos pontos da pauta da greve foi a redução de 31% dos valores da PLR apresentados às entidades sindicais nos simuladores de dezembro de 2024, antes do fechamento dos resultados do quarto trimestre, que tiveram uma queda significativa do lucro. A FUP questiona a boa-fé negocial dos representantes da Petrobrás e considera inaceitável a desigualdade de tratamento em relação aos acionistas, a quem a empresa destinou 207% do lucro que é fruto dos resultados construídos coletivamente pelos trabalhadores e trabalhadoras.

As representações sindicais cobraram uma compensação no pagamento da remuneração variável para evitar que os trabalhadores sejam prejudicados. A FUP reforçou a importância da Petrobrás resolver essa e outras pendências das mesas de negociação coletiva antes dos sindicatos iniciarem os congressos regionais que irão deliberar sobre a campanha do novo ACT.

A diretora da Federação, Cibele Vieira, ressaltou que o eixo central da greve de advertência foi o resgate e o fortalecimento dos processos de negociação coletiva e lembrou que as negociações que antecederam a campanha reivindicatória de 2023 foram fundamentais para os avanços obtidos no ACT.

Para se ter um bom andamento negocial é fundamental que a empresa busque saídas para o impasse da PLR e avance em debates estruturantes que estão acontecendo, como o novo Plano de Cargos e Salários, a Petros e a AMS. A FUP também protestou contra a tentativa da empresa esvaziar e até mesmo apagar a Comissão de Anistia, que é prevista no ACT, que ainda não tem previsão de voltar a se reunir.

Outros pontos tratados na reunião da Comissão:

PLR 2019

 Até hoje, a categoria reivindica o pagamento proporcional da PLR 2019, referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março, previstos no Acordo de Regramento da PLR, pactuado em 2014, com validade até 31 de março de 2019. O RH sinalizou a possibilidade de se buscar uma solução negociada para o impasse e irá agendar uma reunião específica sobre essa questão.

Padronização dos exames periódicos

As direções sindicais relataram diversos problemas enfrentados pelos trabalhadores durante a realização dos exames periódicos e cobraram uma padronização nacional dos procedimentos. O objetivo é garantir que os exames sejam feitos dentro das unidades e durante o expediente e que as despesas com deslocamentos eventuais sejam cobertas pela empresa.  O RH propôs remeter o tema para a Comissão de SMS, que se reúne semana que vem.

Cálculo do VR/VA proporcional

A FUP questionou o cálculo do VR/VA dos empregados de unidades operacionais que recebem o valor proporcional aos dias trabalhados, enfatizando que, além de não estar regrado no ACT, o cálculo é injusto e discriminatório.