Mulheres petroleiras manifestam solidariedade à Marina Silva e repudiam violência política de gênero Mulheres petroleiras manifestam solidariedade à Marina Silva e repudiam violência política de gênero

Notícias, Tribuna Livre | 28 de maio de 2025

“Há uma naturalização da violência destinada às mulheres na nossa cultura. Episódios tristes como este com a ministra Marina nos mostram como estamos distantes da equidade que merecemos. Precisamos falar sobre violência política de gênero e combatê-la”, afirma Bárbara Bezerra, coordenadora do Coletivo de Mulheres da FUP.

Leia a nota do 2º Encontro Nacional e Unificado das Mulheres Petroleiras:

O Coletivo de Mulheres Petroleiras da FUP e as trabalhadoras que participam do 2º Encontro Nacional e Unificado das Mulheres Petroleiras, em Xerém, na Baixada Fluminense, repudiam veementemente a violência política de gênero contra a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que foi agredida pelos senadores Plínio Valério (PSDB/AM) e Marcos Rogério (PL/RO), durante audiência pública terça-feira (27) na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.

Ela foi desrespeitada como mulher e como ministra de Estado, ao ser atacada verbalmente pelos senadores e ter a fala interrompida várias vezes. O senador Marcos Rogério, que preside a Comissão, tentou desqualificar Marina com falas misóginas, como “se ponha no seu lugar”, e ainda cortou o microfone dela em diversas ocasiões. Já Plínio Valério, líder do PSDB no Senado, chegou a afirmar que a ministra “não merece respeito”, levando-a a abandonar a sessão.

Os atos de violência política de gênero contra Marina Silva escancaram várias outras violências, como misoginia, racismo e preconceito de classe, que as mulheres cotidianamente sofrem no Brasil e no mundo. Os ataques contra a ministra não são individuais. São ataques explícitos contra todas as mulheres que se posicionam, que ocupam espaços de poder e enfrentam e denunciam cotidianamente o machismo estrutural.

Marina não é só uma ministra de Estado que merece respeito. É uma mulher negra, que foi professora e sindicalista, forjada nas lutas em defesa do meio ambiente e dos povos amazônicos. Como disse aos senadores que a agrediram, eles querem que sejamos mulheres submissas, mas não somos. Ela, assim como nós, jamais se calará diante de tentativas de silenciamento.

As mulheres petroleiras manifestam total apoio e solidariedade à Marina Silva e exigem que os senadores que praticaram a violência política de gênero contra a ministra sejam responsabilizados. O parlamento brasileiro não pode ser um espaço sexista, que permite assédios e violência de gênero contra quem quer que seja. O lugar de Marina e de todas as mulheres é onde elas quiserem.  Por isso, ainda estamos aqui resistindo e na luta seguiremos defendendo a democracia, os direitos e as vidas das mulheres. Nunca jamais sem nós!