Greve garante discussão do PNG e manutenção dos direitos Greve garante discussão do PNG e manutenção dos direitos

Diversos, Notícias | 13 de novembro de 2015

 

A greve nacional da categoria petroleira se tornou um marco histórico na nossa luta. Durante 13 dias, demos para o Brasil, um exemplo de união e força em defesa da soberania nacional através da Petrobrás. Confrontamos um Plano de Gestão e Negócios que já causava prejuízos, colocando em risco inúmeras conquistas. Mas conscientes que essa luta não era só nossa, fomos à greve.

A Pauta pelo Brasil é a demonstração do nosso comprometimento com o povo brasileiro, pois vai além das nossas reivindicações corporativas, para garantir um futuro melhor para o nosso país. Sentimos o desinteresse da gerência da Petrobrás em nos escutar. Recebemos uma proposta rebaixada para o nosso Acordo Coletivo de Trabalho, numa tentativa de colocar em xeque direitos já garantidos. Porém, o nosso movimento se fortalecia dia após dia, até que ao sofrer o impacto, a Petrobrás apresentou uma proposta condizente com os interesses da categoria. E nesta sexta-feira, 13, a empresa formalizou em documento os pontos que foram discutidos com o presidente Aldemir Bendine.

 

Isonomia para os trabalhadores da FAFEN-PR
A Petrobrás garantiu implementar até 31 de janeiro de 2016 o pagamento do ATS, nos mesmos moldes praticados no Sistema Petrobrás, bem como o pagamento da defasagem de 3% em relação à RMNR, retroativo a 1º de setembro e a implantação parcial do PCAC.

 

Dias parados
A Petrobrás garante a compensação de metade dos dias parados e se compromete a discutir com a FUP e seus sindicatos eventuais sanções a excessos, nos mesmos moldes que ocorreu em 2013, quando garantimos que nenhum trabalhador fosse punido.

 

Indicativos para as assembleias
O Conselho Deliberativo da FUP indicou por unanimidade a aprovação da proposta, suspensão da greve, a manutenção do estado de greve e a renovação do Acordo Coletivo. A orientação é que os sindicatos iniciem imediatamente as assembleias para submeter os indicativos aos trabalhadores.

 

GT discutirá alternativas para o PNG
As propostas elencadas na Pauta pelo Brasil para garantir a retomada dos investimentos e a preservação dos ativos da Petrobrás serão analisadas em um grupo de trabalho técnico e paritário, formado por representantes da empresa e da FUP, que terá 60 dias para elaborar um relatório que será encaminhado à direção da companhia e ao governo federal.
O trabalho será baseado em estudos feitos pelo Grupo de Economia da Energia da UFRJ e pelo Grupo Interministerial, que analisaram os principais impactos já causados pela retração do setor petróleo. Esses estudos apontam que, para cada R$ 1 bilhão que a Petrobrás deixa de investir no país, o efeito negativo sobre o PIB é de R$ 2,5 bilhões. A estimativa é de que 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019, em função dos desinvestimentos. Foi através de grupos de trabalho que vencemos dentro da empresa disputas ideológicas, semelhantes a que travamos agora, garantindo conquistas estruturantes para a categoria, como o PCAC, o regramento da PLR, o Plano Petros 2, o Benefício Farmácia, pagamento dos níveis para os aposentados, auxílio deslocamento, hora extra na troca de turno, o Anexo 2 da NR-30, entre outras.

 

Fortalecimento do Sistema Petrobrás
Pela primeira vez, teremos a chance de disputar os rumos do plano de negócios da Petrobrás, propondo alternativas para o endividamento que levem em conta os impactos da redução dos investimentos no PIB, na geração de empregos, na balança comercial do setor e na arrecadação de royalties. Essa conquista será decisiva na luta para manter a integração do Sistema Petrobrás, preservando a Transpetro e demais subsidiárias. A greve reafirmou que o maior acionista da Petrobrás é o povo brasileiro e não o mercado.

 

Nenhum direito a menos
Outra vitória da greve é a manutenção das conquistas dos últimos 13 anos, que a categoria consolidou no atual Acordo Coletivo. As propostas iniciais da Petrobrás eram de redução de direitos e de salários. Através da luta, garantimos o atendimento do item 13 da Pauta pelo Brasil, onde a FUP e os seus sindicatos deixaram claro que não aceitariam retrocesso nos direitos adquiridos pela categoria. Soma-se a isso, o restabelecimento da mesa de negociação integrada, que trouxe de volta as subsidiárias e o RH, contrariando os que apostaram na fragmentação do processo para enfraquecer as representações sindicais.

com informações da FUP