Seis mortes em menos de dois meses: nada a celebrar! Seis mortes em menos de dois meses: nada a celebrar!

Notícias, Tribuna Livre | 5 de dezembro de 2024

Em menos de dois meses, foram registradas seis mortes de trabalhadores no Sistema Petrobrás. A última vítima fatal foi Adriano de Azevedo Dantas, coordenador de operações da empresa Aliseo, que teve várias paradas cardíacas quando estava em serviço, no Complexo Portuário do Açu, no Norte Fluminense.  No dia 27/11, dois trabalhadores morreram e outro ficou gravemente ferido em acidente ocorrido na no Terminal da Transpetro, em Angra dos Reis (RJ). 

Petroleiros repudiam descaso com a vida de trabalhadores, em ato na Regap

O problema de insegurança crônica que tem adoecido e matado trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás levou as entidades sindicais a convocarem, na semana passada, uma mobilização nacional em defesa da vida. Em protesto, também foi pedido o adiamento das reuniões que discutem as propostas de remunerações variáveis dos petroleiros, que só vieram a acontecer nesta semana. 

No dia 29/11, o Sindipetro/MG participou da mobilização nacional, fazendo um ato com atraso na entrada dos trabalhadores na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, que contou com o apoio da CUT e outras entidades sindicais em luta contra a privatização das estatais em Minas.  “Essa não foi a primeira mobilização que realizamos este ano em protesto contra mortes e acidentes graves com trabalhadores próprios e contratados no Sistema Petrobrás. A situação de SMS é péssima e não temos o que celebrar neste aspecto”, afirma Guilherme Alves, coordenador-geral do Sindipetro/MG.

Causou revolta o fato de que, mesmo após uma sequência de óbitos causados por acidentes de trabalho e situações de insegurança na empresa, a gerência executiva da Petrobrás planeje um evento para apresentar os resultados de SMS da empresa, cujo título é “Celebrar com a energia de quem faz”. A FUP se manifestou, considerando inadmissível esse título num momento de tantas mortes e de mobilizações das federações da categoria denunciando a política de insegurança praticada pela gestão. 

“Parece um deboche, não temos como aceitar uma “celebração” de conquistas de SMS enquanto nossos companheiros estão morrendo ou sendo feridos por uma política que precisa ser revista. O momento exige da empresa muito respeito e um compromisso sério com a garantia da vida dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar. 

Não é de hoje que a FUP e a FNP têm cobrado mudanças na gestão de SMS, recomposição dos efetivos, além de melhorias nas condições de trabalho, principalmente dos prestadores de serviço. A categoria petroleira cobra um basta às mortes e mudanças imediatas nas políticas de SMS, conforme a pauta unitária que as federações reivindicam da empresa.