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Tribuna Livre | 17 de março de 2025
Assembleias entre 17 e 24 de março decidirão paralisação de 24 horas; sindicatos exigem negociação coletiva sobre regramento do teletrabalho e fim da redução de 30% na PLR
por Sindipetro/MG – atualizada em 21 de março de 2025 às 16h30

Calendário de assembleias da Regap e UTE-Ibirité
O Sindipetro/MG convoca os trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap) e Usina Termelétrica de Ibirité (UTE-IBT) para assembleias entre os dias 17 e 24 de março (calendário acima), com objetivo de aprovar a realização de uma greve nacional no dia 26 de março. A mobilização tem como objetivo o fortalecimento das negociações coletivas e protestar contra os ataques da gestão da Petrobrás aos direitos da categoria, como a redução do valor referente a Participação de Lucros e Resultados (PLR) e mudanças unilaterais no teletrabalho.
Após duas reuniões tensas com a Petrobrás, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos decidiram, em Conselho Deliberativo no dia 12 de março, ampliar as mobilizações contra a gestão de Magda Chambriard. A greve nacional busca barrar medidas autoritárias, como a redução de 30% na PLR anunciada em dezembro – enquanto acionistas receberão 207% dos lucros – e a imposição de mudanças no teletrabalho.
Greve está sendo aprovada em todo o país
Em todo o país, as trabalhadoras e os trabalhadores do Sistema Petrobrás seguem aprovando enfaticamente a greve de advertência de 24 horas, convocada para o próximo dia 26, conforme indicativo conjunto das duas federações sindicais. Nas bases da FUP, três sindicatos já concluíram as assembleias: o Sindipetro ES, onde a greve foi aprovada por unanimidade; o Sindiquímica PR, cuja assembleia teve apenas um voto contrário ao indicativo e uma abstenção; e o Sindipetro RN, onde os trabalhadores aprovaram a greve por ampla maioria.
Ainda nesta sexta (21), serão finalizadas as assembleias na Bahia e nas bases do Paraná e de Santa Catarina, onde a categoria está referendando a greve por ampla maioria. O mesmo quadro se repete nos demais sindicatos da FUP, cuja consulta aos trabalhadores será concluída no final de semana.
Com participação expressiva nas assembleias, os trabalhadores e as trabalhadoras estão reafirmando que não aceitarão a volta da cultura do medo na Petrobrás. A categoria segue mobilizada, cobrando da gestão Magda respeito aos fóruns de negociação e avanços no atendimento das reivindicações que estão sendo tratadas com a empresa.
Confira a pauta unificada da FUP e da FNP:
- Não à redução da Remuneração Variável, com garantia dos valores anunciados: é inaceitável que os trabalhadores que produziram os lucros tenham uma redução de 31% nos valores que foram apresentados em simuladores em dezembro do ano passado, enquanto a empresa repassará 207% dos lucros para os acionistas;
- Defesa do Teletrabalho: imediato cancelamento do cronograma de mudança no Teletrabalho, cancelamento do termo de adesão individual e abertura de negociações de fato para uma regra negociada coletivamente, com atenção aos impactos que irá causar e assinada pela empresa e sindicatos;
- Fim dos PEDs do Plano Petros: é necessária uma solução definitiva aos PEDs, construída com as trabalhadoras e os trabalhadores, que traga de volta a dignidade àqueles que construíram essa empresa;
- Plano de Cargos, Carreira e Salário: negociação imediata para a criação de um único plano, integrado para todo o Sistema. Que sejam corrigidas e reparadas as distorções criadas durante o período de dois planos vigentes. Que o novo plano valorize a negociação coletiva, as atribuições de cada cargo e a devida remuneração, além de possibilidades de progressão na carreira e mobilidades transparentes e justas, conforme proposta aprovada no seminário unitário das duas federações;
- Reposição do efetivo: nunca houve uma queda tão brusca no número de trabalhadores como nos anos que se seguiram à Lava-Jato. É necessário a convocação de todos os concursados, inclusive do cadastro de reserva dos concursos já realizados e abertura de novos concursos;
- Fim dos acidentes, mortes e adoecimento no Sistema: foram 6 fatalidades no Sistema Petrobrás no final de 2024. A empresa tem o dever de garantir a vida e a integridade dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam no Sistema Petrobrás, sejam prestadores de serviços ou com vínculo direto;
- Garantir a retomada da produção na Fafen-PR com segurança: o fechamento da Fábrica de Fertilizantes no Paraná e a demissão dos trabalhadores foram o principal motivo para a greve nacional de 2020. A retomada da Petrobrás no setor de fertilizantes e a reabertura da FAFEN-PR é uma conquista da luta da categoria petroleira. Porém, não podemos admitir que essa retomada seja realizada sem segurança, principalmente por falta de efetivo;
- Por direitos, segurança e condições de trabalho dos prestadores de serviço em todo o Sistema Petrobrás: precisamos melhorar a fiscalização dos contratos, modelo e política de licitação, mecanismos que garantam de fato o cumprimento da legislação trabalhista e a isonomia de jornada, com o fim da escala 6×1, que atinge os prestadores de serviço no Sistema Petrobrás;
- Contra qualquer forma de diferenciação das trabalhadoras e trabalhadores, que já estão na companhia e aqueles que estão se somando agora, inclusive nos adicionais de transferência definitiva e na ajuda de custos;
A greve marca a resistência contra a política de dividendos recordes e a falta de transparência na PLR, herdadas do governo anterior. A FUP e o Sindipetro/MG destacam que a negociação coletiva é essencial para evitar retrocessos e garantir os direitos da categoria petroleira.
Edital de convocação: clique aqui.
Manifesto conjunto FUP/FNP: clique aqui.