Petroleiros votam greve nacional para 26 de março Petroleiros votam greve nacional para 26 de março

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 20 de março de 2025

Trabalhadores denunciam corte de 31% em lucros e imposição de regras no teletrabalho; sindicatos acusam gestão de autoritarismo


por Sindipetro/MG

 

Petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (Regap) e da usina Termelétrica de Ibirité (UTE-IBT) decidem até segunda-feira (24) a adesão à greve nacional no dia 26 de março. A mobilização é um indicativo unificado da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) contra o autoritarismo da gestão Magda na Petrobrás, o corte de 31% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e mudanças unilaterais no regime de teletrabalho.

As assembleias, iniciadas em todo o Brasil na terça-feira (18), registram apoio de ampla maioria à paralisação. A categoria denuncia que, enquanto a Petrobrás distribuiu 207% dos lucros de 2024 a acionistas, os trabalhadores enfrentam redução de em sua PLR e precarização das condições de trabalho. “Enquanto os lucros batem recordes e são distribuídos aos acionistas, a empresa tenta reduzir nossos direitos. Esse é um ataque àqueles que realmente geram essa riqueza” afirmou Guilherme Alves, coordenador-geral do Sindipetro/MG.

Entre as principais demandas está a reversão do corte de 31% nos valores da PLR que foram apresentados em simuladores em dezembro do ano passado. E o cancelamento imediato das mudanças no teletrabalho e abertura de negociações de fato para uma regra negociada coletivamente.

O Plano de Cargos, Carreira e Salário é outra preocupação. A categoria exige negociação imediata para a criação de um único plano, integrado para todo o Sistema Petrobrás e que as distorções criadas durante o período de dois planos vigentes sejam corrigidas e reparadas. Além disso, cobram o fim dos PEDs do Plano Petros, destacando a necessidade de uma solução definitiva, construída com as trabalhadoras e os trabalhadores, trazendo de volta a dignidade àqueles que construíram a empresa.

A greve é resultado de meses de reuniões tensas entre sindicatos e a gestão da Petrobrás. Em manifesto conjunto, a FUP e a FNP acusam Magda Chambriard de reviver a cultura do medo na empresa, com práticas autoritárias que ignoram os fóruns de negociação coletiva. “Em meio ao processo de reconstrução da maior empresa de energia do país, no qual as trabalhadoras e os trabalhadores são parte fundamental, nos deparamos, desde o início dessa gestão, com afrontas aos nossos fóruns de negociação coletiva e o distanciamento do diálogo com os sindicatos” denunciam as entidades no manifesto.

Os calendários de assembleias para UTE-JF, PBio e Transpetro serão divulgados em breve.