No próximo dia 28, quando se completam 11 anos da chacina de Unaí, o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait) vai realizar, mais uma vez, ato público, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. A pauta do protesto será o apelo para que o julgamento dos acusados das mortes de três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho, em 2004, seja realizado em Belo Horizonte.
Dos nove acusados, três foram condenados pela Justiça. Os irmãos e fazendeiros Antério e Norberto Mânica, apontados como mandantes, aguardam o julgamento em liberdade.
A decisão do STF é esperada desde 2013, quando o ministro Dias Toffoli pediu vista dos habeas corpus impetrados em favor dos irmãos. Com a criação de uma vara federal em Unaí, no Noroeste de Minas, em 2010, a defesa dos réus alega que o processo deve sair da capital, porque a Constituição estabelece que, em crimes dolosos contra a vida, os acusados devem ser julgados por moradores da cidade onde residem.
No entanto, a presidente do Sinait, Rosa Maria Campos Jorge, alega que o julgamento só será imparcial se ocorrer em Belo Horizonte. Ela teme que o poderio econômico e político dos réus influencie os jurados da cidade a favor dos Mânica.
Os auditores fiscais e o motorista foram assassinados em 28 de janeiro de 2004, após caírem em uma emboscada. Na época, eles fiscalizavam suspeitas de irregularidades em contratação de trabalhadores nas fazendas dos irmãos.
Em respeito à memória dos servidores assassinados, o 28 de janeiro foi oficializada como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo e o Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho.
O Sindipetro/MG se solidariza com os familiares, amigos e trabalhadores que lutam por justiça!