A Petrobrás está no olho do furacão da política nacional. As sete famílias que controlam os meios de comunicação e a oposição estão aproveitando o roubo que alguns gerentes praticaram para pregarem abertamente o fim da empresa.
O senador José Serra, do PSDB, deu uma entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues do portal UOL, que pertence à Folha de São Paulo (ver site do Sindipetro). Nesta entrevista, ele deixa claro quais são os objetivos de seu partido com relação ao petróleo, o pré-sal e a Petrobrás. Serra quer esquartejar a empresa, vender todos os postos de gasolina, acabar com a fabricação de fertilizantes que o Brasil importa, pois é deficitário. Quer tirar a Petrobrás do mercado de poliéster, que é usado para fabricar garrafas plásticas e fazer o fio, utilizado na indústria têxtil. Ele diz que a empresa tem que se concentrar na extração de petróleo. Isto é: quer tirar a empresa dos setores mais lucrativos, como é o setor petroquímico e entregar tudo para as multinacionais do petróleo.
A entrevista deixa claro tudo que a direita, os barões da mídia e a oposição querem fazer com a Petrobrás. A reportagem não aborda o que vai acontecer com os trabalhadores. Mas basta vermos o que aconteceu nas empresas “privatizadas” por FHC/Serra, para sabermos que destino aguarda os petroleiros, caso não combatamos as propostas de Serra/PSDB. Fica evidente que o fatiamento da empresa levará à divisão da categoria, o que enfraquece o nosso poder de negociação. O esquartejamento da empresa vai diminuir sua capacidade para investir na exploração do petróleo, principalmente do pré-sal, o que abrirá caminho para as petroleiras estrangeiras. A Petrobrás vai se transformar numa empresa pobre.
No caso das refinarias, elas seriam vendidas separadamente, como começou a ser feito no governo FHC. A refinaria Alberto Pasqualini, do Rio Grande do Sul, chegou a ser repassada a Repsol, petrolífera espanhola. No governo Lula ela voltou a fazer parte do Sistema Petrobrás.
Essa desintegração, levará, fatalmente, a um enfraquecimento da nossa capacidade de mobilização. Com isso, sofreremos perdas de conquistas importantes, como chegou a acontecer nos anos de governo do PSDB. Até a liberdade sindical foi cerceada. Os sindicatos tiveram contas bloqueadas e ocorreram demissões e punições em massa.
Recentemente, nos Estados Unidos, houve uma greve em algumas refinarias de propriedade de multinacionais do petróleo. Essa greve, apesar de significativa, mereceu pouco ou nenhum destaque na imprensa brasileira. Uma das reivindicações era a liberdade de sindicalização.
As multinacionais criam todas as dificuldades para os trabalhadores não se sindicalizarem, impedindo, desta forma, a organização da categoria petroleira nos Estados Unidos. Se lá é assim, dá para imaginar como será aqui no Brasil, com as multinacionais do petróleo controlando as refinarias. As coisas ficariam piores, porque aqui elas têm o apoio explícito das sete famílias que monopolizam nossa imprensa e ainda do maior partido da oposição, o PSDB.
O esquartejamento da Petrobrás e a venda de suas unidades para outras empresas petrolíferas, além de ser ruim para o Brasil, vai significar uma redução drástica no efetivo que hoje trabalha na empresa. Nesses casos de privatização, há uma redução nos salários, sucateamento, aumento dos acidentes envolvendo trabalhadores e a terceirização selvagem, com a retirada de direitos trabalhistas básicos. No governo FHC chegaram a acabar com a Petros. Tentaram obrigar os aposentados, pensionistas e ativa, a migrarem para o novo plano, o Petrobrás Vida, que não dava garantia nenhuma aos trabalhadores. Foi barrado na justiça e liquidado no governo Lula. Nessa proposta do Serra, nem os aposentados e pensionistas podem ficar tranquilos, pois são capazes de destruir qualquer direito dos trabalhadores para favorecerem as multinacionais.
No Paraná, governado pelo PSDB, o governador Beto Richa quer tirar R$ 8 bilhões do fundo de previdência dos funcionários públicos para cobrir rombo que ele mesmo fez nas contas do Estado. O PSDB no governo de Minas tirou R$ 3 bilhões do fundo de pensão dos funcionários, para cobrir rombo nas contas de seu próprio governo. Eles não estão “nem aí” para os trabalhadores.
O senador José Serra, que deu essa entrevista ao portal UOL, foi o responsável pela entrega da Vale do Rio Doce. Segundo o próprio FHC, Serra era o “maior entusiasta da venda da Vale”. Os R$ 3 bilhões faturados na privatização, não pagaram nem as reservas de minério que a Vale já tinha descoberto. Os trabalhadores só tiveram perdas. Até o fundo de pensão foi “desidratado”, e hoje é uma sombra do que foi no passado. Em 2010, quando candidato à Presidência, José Serra prometeu à multinacional Chevron, caso ganhasse a eleição, que abriria o pré-sal para as empresas estrangeiras e acabaria com o modelo de partilha. Mas, felizmente, isso não aconteceu. Agora, estão de volta e, como aconteceu no passado, vamos derrotá-los. Para isso, temos que ir para às ruas.
Vamos à luta pela Petrobrás, pela punição dos corruptos e corruptores, pela defesa do petróleo e dos nossos empregos e salários!
Sindipetro/MG