Defesa da Petrobrás/Datafolha: Os urubus Defesa da Petrobrás/Datafolha: Os urubus

Diversos, Notícias | 27 de março de 2015

O instituto Datafolha, que pertence ao Grupo da Folha de São Paulo, divulgou recentemente uma pesquisa que quis saber se o brasileiro era contra ou a favor à privatização da Petrobrás. Apesar de essas pesquisas não serem confiáveis, basta lembrar dos enormes “erros” nas campanhas eleitorais, elas servem como um parâmetro para medirmos como está a situação da empresa perante a nação.

O resultado demonstrou que 61% do povo brasileiro é contra vender a Petrobrás. Já 24% é a favor da privatização e 15% é indiferente ou não soube responder. A rejeição à venda da empresa vence em todas as faixas de renda, idade, escolaridade e independe de inclinação partidária. A estatística revela, que 57% dos entrevistados que disseram ter votado no PSDB são contrários à privatização.

A Petrobrás vem sendo massacrada em todos os veículos de comunicação da imprensa. O objetivo da mídia é desmoralizá-la perante a opinião pública para facilitar a entrega às multinacionais. Mas parece que a trama não deu certo. O resultado do Datafolha, deixa claro que, apesar do bombardeio contra a Petrobrás, o povo quer mantê-la nas mãos do Estado. O brasileiro quer que a exploração do petróleo seja feita em benefício do país. Mais uma derrota para os “urubus” da direita.

FATIAR A PETROBRÁS

O senador José Serra (PSDB-SP) apresentou um projeto para acabar com o regime de partilha e tirar da Petrobrás a condição de ser operadora única do pré-sal. O projeto apresentado por ele no Senado diz o seguinte: Torna-se imprescindível (…) a revogação da participação obrigatória da estatal no modelo de exploração de partilha de produção, bem como da condicionante de participação mínima da estatal de, ao menos, 30% da exploração e produção de petróleo do pré-sal em cada licitação, disposições constantes da Lei n° 12.351, de 22 de dezembro de 2010. Tal revogação atende aos interesses nacionais e, portanto, deve ser adotada pelo governo.

Antes das eleições presidenciais de 2010, em que Serra foi derrotado por Dilma, ele tinha prometido à Chevron que acabaria com o modelo de partilha. Segundo o Wikileaks, ele teve uma reunião com a diretora da empresa, Patrícia Padral, no final de 2009. Nessa reunião, Serra disse o seguinte: “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo não funciona….e nós mudamos de volta”. Portanto, cinco anos depois, o senador José Serra tenta cumprir o prometido à petroleira americana.

O Wikileaks revelou um outro telegrama enviado ao governo americano. Esse telegrama era da diretora de relações internacionais da ExxonMobil, Carla Lacerda, que disse: “a Petrobrás terá o controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que prejudicaria os fornecedores americanos”. Nesse ponto, a representante da ExxonMobil estava correta. A exploração do petróleo do pré-sal fez renascer a indústria naval brasileira e criou milhares de empregos diretos e indiretos. Sem contar os milhões de reais que vão ser investidos na saúde e na educação.

A direita brasileira tinha armado a chamada “tempestade perfeita”. A mídia bate 24 horas por dia na Petrobrás. Os editoriais nos jornais pedem a privatização e não publicam nenhuma notícia positiva sobre o desempenho da empresa. Nesse clima, José Serra apresenta seu projeto para tirar a Petrobrás do pré-sal e o jornal Folha de São Paulo sai a campo para perguntar se o povo é a favor ou contra a venda da empresa.

Mas a “tempestade perfeita” deu errado. O povo quer a Petrobrás brasileira e explorando seu petróleo. Fica evidente no que diz as duas representantes das petroleiras americanas. Elas querem o que é melhor para a Chevron, a ExxonMobil e para os EUA. É lamentável que um representante do povo, no Senado Federal, defenda, também, o que é melhor para as petroleiras estrangeiras e os americanos, em detrimento dos interesses da sua nação.

Sindipetro/MG