Nota de repúdio contra a ação truculenta da PM e apoio à manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus Nota de repúdio contra a ação truculenta da PM e apoio à manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus

Diversos, Notícias | 13 de agosto de 2015

As manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus deram o início para as mobilizações massivas de junho de 2013 que percorreram o país. Assim como no ato de ontem, a repressão brutal da Polícia Militar às manifestações só fez crescer a indignação e a solidariedade entre o povo brasileiro, marcando o estopim das maiores manifestações da história recente do país.

Marcada pela rotina de cansaço, violência e tormenta, provocada pela falta de investimento no transporte público de qualidade, aliada as relações espúrias entre empresas de ônibus e governos, a mobilidade urbana, assim como a luta por moradia, consiste num dos principais eixos da reforma urbana, de que Belo Horizonte e o Brasil tanto precisam.

O ato realizado ontem na praça 7 reuniu cerca de mil manifestantes e denunciava o aumento abusivo da tarifa do ônibus em Belo Horizonte pela segunda vez em 2015 e o caráter empresarial da prefeitura de Márcio Lacerda, que, de costas para o povo, aprovou o aumento da passagem passando por cima inclusive de liminar da justiça que suspendia o aumento em 180 dias.

O protesto, convocado pelos movimentos Tarifa Zero e Passe Livre, seguia tranquilo e pacífico e em nenhum momento apresentou qualquer risco à integridade da população ou dos policiais

Repudiamos e condenamos a ação da Polícia Militar contra os manifestantes, pelo seu caráter truculento, intransigente e abusivo. Tal possibilidade de repressão já havia sido sinalizada este ano durante atos e greves de trabalhadores e também nas ocupações urbanas em Belo Horizonte. A manifestação que questionava a mobilidade urbana e o direito de ir e vir do povo belo-horizontino com mais este aumento abusivo, foi reprimida sob o pretexto de estar impedindo o direito de ir e vir da população! É inadimissível que o governo estadual de Pimentel, que se propunha a ouvir, e diz estar aberto ao diálogo, não escute as ruas ou mesmo não detenha o controle absoluto ou contenha com ímpeto as divergências no ceio da Polícia Militar.

As manifestações, de ordem econômica ou política, além de ser da natureza de um regime democrático, servem para aperfeiçoá-lo. Não fosse a presença ostensiva e repressiva da PM, provavelmente não haveria conflito ou feridos. A pauta contra o aumento da tarifa de transporte, por um transporte público de qualidade, por acesso a moradia digna, enfim, pela reforma urbana, se soma ao conjunto de reformas estruturais (agrária, política econômica e financeira, democratização da mídia, reforma política) que o país tanto precisa.

Estas bandeiras estarão presentes novamente no dia 20/08, por mais direitos e por mudança na política econômica, convocado para 16h na praça Afonso Arinos, a qual convidamos a todos a se somarem. Nos somamos também a mobilização do dia 18 de agosto em defesa da reforma agraria, e a Conferência Nacional da Frente Brasil Popular que ocorrerá em Belo Horizonte no dia 05 de setembro.

Nenhuma força será capaz de conter as lutas do povo brasileiro, pois elas seguem de encontro ao desejo e interesse do povo belo-horizontino e brasileiro.

Contra o aumento da tarifa de transporte público!

Contra a repressão policial às legítimas manifestações!

Pátria livre, venceremos!

Belo Horizonte, 13 de agosto de 2015

Quem Luta Educa, articulação de movimentos sociais de Minas Gerais