A imprensa contra o golpe (por enquanto) A imprensa contra o golpe (por enquanto)

Diversos, Notícias | 19 de agosto de 2015

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – FIRJAN – e a de São Paulo – FIESP – assinaram um manifesto apoiando a normalidade constitucional, isto é, as entidades patronais são contra o golpe. Quase ao mesmo tempo, a revista America Quaterly, da elite de Washington (capital americana), soltou um artigo dizendo que o impeachment jogaria o Brasil num redemoinho de incertezas. Disse também, que o país voltaria a ter a fama de “República de Bananas”, sempre instável política e economicamente. O jornal inglês, Financial Times, se declarou contra o impeachment, alegando que só têm políticos medíocres para assumir, caso a presidente Dilma Rousseff fosse afastada. Não demorou muito, e João Roberto Marinho, um dos donos do Grupo Globo, avisou aos políticos em Brasília que estava fora do golpe. O resto da mídia seguiu a Globo e passou a defender a “normalidade democrática” contra o impeachment. A direita que tem dinheiro mudou de posição, pois percebeu que tinha mais a perder com o golpe, do que mantendo Dilma na Presidência. Continuam golpistas, mas no momento são contra o golpe.

A mídia tradicional, de um modo geral, está perdendo a guerra da informação para a internet. Com isso, a arrecadação com publicidade vem diminuindo, levando grandes grupos à insolvência. O Google já é o segundo em arrecadação de publicidade, só perde para a Globo. No primeiro semestre de 2015, a arrecadação com propaganda caiu 8,5% em comparação ao mesmo período de 2014. Essa é uma das razões para o vice-presidente da Globo, João Roberto Marinho, procurar ministros do governo Dilma para conversar.

Os impérios midiáticos no Brasil estão começando a se desmantelar sob a concorrência da internet e suas diversas variações. A Globo diminuiu seu ímpeto golpista. Com certeza, espera em troca algum favor do governo. Por isso, não vamos nos enganar. A Globo não é, e nunca foi, uma defensora da democracia. Ela está agindo assim por interesse próprio, e é assim que age a imprensa brasileira: procura o governo para socorrê-la em tempo de crise. Mas enfim, a direita tirou o pé do acelerador do golpe. Afinal, ela também sabe que os movimentos populares não aceitariam um golpe contra a presidente.

Sindipetro/MG