1) Dezembro é tradicionalmente marcado como um mês de festas. A população turbinada com o 13º salário, mais a propaganda na mídia, parte para as compras É um mês marcado, no calendário religioso, pela comemoração do nascimento de Cristo e pelas expectativas do ano novo que está prestes a iniciar. Mas dezembro de 2015 vai trazer uma outra marca: a luta política. De um lado a direita golpista, e do outro, a esquerda e movimentos populares em defesa da democracia. A direita foi para as ruas no dia 13, pedindo o golpe e a volta dos militares. Já a esquerda foi no dia 16, contra o golpe e pela democracia. Segundo o instituto DataFolha, a participação foi maior no dia 16. É mais um aviso para os deputados que somos contra o golpe, e se continuar nessa aventura, o país pode ter uma grande convulsão social.
2) O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu como deve ser o rito para votação do impeachment. Eduardo Cunha e a oposição estavam manipulando as regras para conseguirem o resultado que queriam. A decisão do STF obrigou o retorno do processo de impeachment a “estaca zero”. Portanto, essa discussão entra no ano que vem. É bom lembrar que essa decisão só foi favorável, porque ocupamos as ruas com o povo gritando contra o golpe e “Fora Cunha”.
Abaixo, tabela com os resultados de cada uma das decisões do Supremo:
3) O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF o afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e consequentemente da Presidência da Câmara. Alegando falta de tempo hábil, o STF vai empurrar essa decisão para fevereiro de 2017. Assim, Cunha terá mais tempo para ameaçar deputados e impor sua vontade nas decisões da Câmara.
4) O banqueiro André Esteves foi solto por decisão do ministro do STF, Teori Zavascki. Já o senador Delcídio do Amaral, que também havia solicitado sua libertação, foi mantido preso pelo mesmo juiz. Alguns analistas comemoraram a prisão de André Esteves. Eles diziam que raramente um banqueiro ia preso. Parece que não durou muito. O banqueiro já está solto.
5) A Polícia Federal deflagrou a operação chamada de “Sangue Negro”. Ela investiga o pagamento de propinas e corrupção desde 1997, no governo FHC. Foram emitidos quatro mandatos de prisão. Entre eles, estão dois ex-diretores da Petrobrás, Jorge Zelada e Renato Duque. Ambos, também, envolvidos na Lava Jato. As investigações envolvem o pagamento de propinas pela Alston, no valor de R$ 46 milhões, envolvendo pessoas do governo FHC. Fernando Henrique disse que as corrupções no seu governo não eram ” sistêmicas”. Essas novas denúncias provam que eram. A roubalheira na Petrobrás vem dos anos 90 e envolve tucanos e petistas. Não adianta se posar de moralista, pois os tucanos são parte ativa na corrupção na Petrobrás.
6) O tucano Eduardo Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Foi acusado de crime de peculato e lavagem de dinheiro no que ficou conhecido como “mensalão tucano”. Os crimes foram cometidos para sua reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998. Segundo a sentença, Eduardo Azeredo foi o principal beneficiário do esquema do desvio de verbas das estatais mineiras. A Cemig, Comig, o extinto BEMGE e a Copasa tiveram recursos desviados para o caixa dois para a reeleição de Eduardo Azeredo. Mais oito réus estão no mesmo processo. Depois de mais de 15 anos, saiu a sentença condenatória envolvendo um tucano. Mesmo assim, é de primeira instância, portanto, cabe recurso. Os envolvidos no chamado “mensalão do PT” em pouco mais de sete anos, já estavam condenados e presos, sem direito a recurso.
Sindipetro/MG