Defensores do SUS e do direito à saúde ocupam o prédio do Ministério da Saúde em Belo Horizonte Defensores do SUS e do direito à saúde ocupam o prédio do Ministério da Saúde em Belo Horizonte

Diversos, Notícias | 6 de junho de 2016

Minas Gerais dá o exemplo de luta e resistência contra o golpe, em defesa da democracia e dos direitos sociais e trabalhistas. Nesta sexta-feira (3), dirigentes e militantes sindicais, dos movimentos sociais e populares e lideranças políticas ocuparam o prédio do Ministério de Saúde, na rua Espírito Santo, 500, no Centro de Belo Horizonte, em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). A ocupação, segundo os manifestantes, é para obrigar o governo usurpador e ilegítimo de Michel Temer (PMDB) a recuar da tentativa de desmonte e privatização do SUS. Uma comissão negociou com a direção do órgão e serão usados, além das instalações, a cozinha, o banheiro e o auditório.

O protesto começou com o ato público “Saúde não é medicamento. Saúde é Direito”, na Praça Sete, a um quarteirão do prédio do Ministério da Fazenda. Segundo a secretária de Política Sociais da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e diretora do Sind-Saúde/MG, Neuza Freitas, é inadmissível que “uma conquista de 25 anos, que custou o suor de milhões de brasileiros e brasileiras, seja destruída por esse desgoverno”. “Estamos unidos e fortalecidos. Vamos realizar debates, assembleias, plenárias e outras atividades com usuários, trabalhadores e quem quiser vir aqui para participar. Na segunda-feira (6), vamos recepcionar servidoras e servidores no prédio com um café da manhã. Vamos resistir, sempre”, afirmou Neuza Freitas, que participou da comissão de negociação junto com Bruno Abreu Gomes, Bruno Pedralva, do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel). Também participou do ato público Djalma de Paula Rocha, secretário de Saúde do Trabalhador da CUT/MG e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e Região.

Os manifestantes defendem o direito à saúde, garantido na Constituição Federal e exigem respeito a esse direito fundamental da população brasileira, rejeitando os ataques privatistas que o governo interino e golpista de Michel Temer tem feito sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Em duas semanas de presença no cargo, o inepto ministro da Saúde, Ricardo Barros (político condenado por dispensa de licitação e fraude na venda de maquinários públicos em 1991, quando prefeito de Maringá), afirmou categoricamente sua intenção de extinguir o acesso universal e gratuito de assistência à saúde.

Na sequência, propôs a expansão do incentivo financeiro já existente às empresas de planos de saúde, a extinção de serviços como o SAMU e o Programa Mais Médicos, e a cobrança estratificada acesso ao SUS. É esta orientação que explica o afã do governo golpista em alterar a Constituição brasileira, quebrando a obrigatoriedade dos repasses do orçamento federal para a saúde pública.

Na contramão dessa desconstrução sem precedentes, os segmentos da população que defendem o SUS propõem ações concretas como o fim dos subsídios públicos à indústria da saúde, uma reforma tributária para grandes fortunas e o combate sério à sonegação fiscal.

Em 25 anos de existência do SUS, está é a primeira vez que um ministro da Saúde se coloca de forma tão aberta e frontalmente contrária aos fundamentos que deram vida à Reforma Sanitária Brasileira. O desmonte do SUS, que esse governo ilegítimo começa a implementar,  exige de todos e todas uma reação rápida, consistente e duradoura.

É em resposta a esta barbárie, que os diversos segmentos sociais que se preocupam com os rumos do SUS se juntam nesse momento às outras centenas de manifestações em todo país contra o golpe e o não reconhecimento do governo golpista.

A FUP e Sindipetro MG participaram da ocupação.

NÃO AO GOLPE! FORA TEMER! VOLTA DILMA!