Pedro Parente e golpe contra a Petrobrás e os petroleiros Pedro Parente e golpe contra a Petrobrás e os petroleiros

Diversos, Notícias | 15 de setembro de 2016

Em entrevista ao Broadcast, canal de notícias do Estadão, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, defendeu sua legitimidade à frente da estatal e seu programa de desinvestimentos e privatizações. Ele afirmou que sua estratégia de atuação junto à petrolífera é “fundamental para consertar a empresa dos problemas que esse pessoal, que hoje fica falando de golpe, criou ao indicar a minoria que promoveu a roubalheira contra a Petrobrás”.

Entretanto, desde que assumiu o comando da empresa, Parente tem promovido um verdadeiro golpe contra a estatal ao cortar quase 12 mil postos de trabalho por meio de um PIDV (Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário), colocando assim a vida de seus funcionários em risco. Além disso, ele vendeu por US$ 2,5 bilhões (um terço do valor de mercado) a participação da Petrobras (66%) em Carcará, campo do pré-sal localizado na Bacia de Santos (SP).

Também este ano, a estatal, sob a gestão de Parente, vendeu sua participação de 67,19% na Petrobrás Argentina (Pesa) por US$ 900 milhões e concluiu a venda de sua companhia de distribuição de combustíveis no Chile por US$ 490 milhões.

Além disso, estão sendo negociadas a venda da NTS, a maior malha de gasodutos do país, que está prestes a tornar-se monopólio de investidores estrangeiros; a cessão dos direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural em campos de águas rasas no Ceará e Sergipe; a venda da Liquigás Distribuidora S.A., subsidiária da Petrobrás que atua na distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP); a venda dos terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Rio e no Ceará; e a venda da participação na Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape) e na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe).

Com a venda de bens, Parente pretende conseguir US$ 15,1 bilhões e saldar parte da dívida da empresa, cujo crescimento ele atribui à corrupção. No entanto, ele não cita em suas declarações que a sangria nos cofres da estatal teve início ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, de quem ele foi ministro por três vezes.

Além disso, a situação enfrentada hoje pela Petrobrás é a realidade de todas as maiores petrolíferas do mundo, que viram suas dívidas crescerem (e, em alguns casos, dobrarem) nos últimos dois anos em razão da queda do preço do petróleo no mercado internacional. E a estatal brasileira é a única que tem o pré-sal, uma das maiores descobertas mundiais de petróleo.

Recordes de produção

Apesar do cenário pintado por Parente, a Petrobrás tem batido recordes de produção nos últimos meses. Conforme o último balanço divulgado pela empresa, em agosto deste ano, a produção de petróleo e gás natural foi de 2,84 milhões de barris de petróleo por dia. Já a produção na camada pré-sal cresceu 4% em agosto, alcançando novo recorde mensal de 1,36 milhão boed.