Categoria mineira faz atrasos contra corte de efetivo na Petrobrás Categoria mineira faz atrasos contra corte de efetivo na Petrobrás

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 19 de junho de 2017

19_atrasos_corte_efetivo_mgEm protesto contra os cortes de efetivo na Petrobrás, trabalhadores da Regap, Transpetro e Termelétrica Aureliano Chaves fizeram atrasos de duas horas no turno de 7h30 desta segunda-feira (19). A categoria ambém fará movimentos nos turnos de 15h30 e 23h30.

Mobilizações contra a redução do número mínimo nas equipes de operação das refinarias estão acontecendo nesta segunda em todo o País. As mobilizações foram convocadas pela FUP, que também indicou a aprovação de uma greve por tempo indeterminado como forma de barrar o desmonte feito pela Petrobrás nas equipes.

Em Minas, a greve foi aprovada pela maioria dos petroleiros e deve ter início assim que a FUP divulgar a data do movimento. Essa definição deve sair da próxima reunião do Conselho Deliberativo da entidade, marcada para esta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro.

Já na quarta-feira (20), a Petrobrás convocou os dirigentes sindicais para uma reunião onde trataria sobre a redução do efetivo, mas a FUP se recusou a comparecer até que a empresa suspenda os cortes. Inclusive, na semana passada, uma liminar da Justiça do Trabalho suspendeu a reestruturação dos efetivos mínimos da Reduc, atendendo a um pedido do Sindipetro Caxias.

Desmonte

A redução dos efetivos de operação das refinarias faz parte de uma estratégia da Petrobrás de enxugar as unidades, deixando-as mais interessantes para o mercado. A medida faz parte da política de venda de ativos que vem sendo adotada desde que Pedro Parente assumiu a presidência da estatal.

Na Regap ainda não foram feitos cortes, como já aconteceu na RNest e como já foi anunciado na Replan e na Repar. No entanto, em abril deste ano, o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da empresa, Nelson Silva, esteve na Regap e não deixou dúvidas sobre a intenção de colocá-la à venda.

Com isso, a unidade mineira pode ser a próxima a sofrer com os cortes de efetivo. Inclusive, a refinaria já tem sofrido reduções de pessoal em razão do PIDV, sendo uma das unidades do sistema Petrobrás com o maior número de trabalhadores que aderiram ao programa. Só neste mês de junho, mais de 50 funcionários devem deixar a empresa por meio do desligamento voluntário.

Além de revelar a intenção de desfazer dos ativos, o corte de pessoal também aumenta o risco de acidentes nas unidades já que expõe os trabalhadores a situações perigosas em razão do acúmulo de serviço. Só este mês já foram registrados dois acidentes na empresa, um com dois petroleiros feridos por inalação de gás sulfídrico na Reduc e outro que terminou com a morte de três terceirizados durante a explosão de um navio-sonda na Bacia de Campos (RJ).

Por isso, a mobilização dos trabalhadores é fundamental para garantir a saúde e segurança da categoria petroleira e para evitar o sucateamento total das unidades de refino no País.