Trabalhadores do campo fazem greve de fome contra reforma Trabalhadores do campo fazem greve de fome contra reforma

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 6 de dezembro de 2017

mapDirigentes nacionais do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) anunciaram greve de fome contra a reforma da Previdência. A ação começou nesta terça-feira, 5, após a reunião da Frente Parlamentar em defesa da Previdência Social Rural, na Câmara dos Deputados.

Frei Sérgio Gorgen, Josineide Costa e Leila Meurer afirmam que o protesto tem como objetivo engrossar o coro contra a nefasta reforma idealizada pelo presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP). Para eles, a reforma da Previdência não é somente o fim da aposentadoria, mas o aprofundamento da fome e da miséria para uma parte expressiva do povo brasileiro. “É preciso que algumas pessoas passem fome por alguns dias para que a sociedade não passe fome no futuro próximo”, destacam.

A ideia dos manifestantes é de permanecer na Câmara dos Deputados durante todo o protesto.

Mentira descarada
Mais uma vez o presidente ilegítimo Michel Temer mentiu para a população brasileira ao afirmar que, com as alterações recentes, a reforma da Previdência não vai atingir os trabalhadores rurais.

Pela lei atual, os trabalhadores do campo estão inseridos na categoria “segurados especiais” da Previdência Social. Nesta categoria, a contribuição à Previdência Social é feita a partir da comercialização do que é produzido pelo trabalhador. Entretanto, o governo golpista abre brecha para que seja estabelecida uma taxa fixa de contribuição, o que impossibilitará a aposentadoria de praticamente todos os trabalhadores do campo.

É o que explica Bruno Pilon, do MPA. Segundo ele, a realidade do trabalhador do campo não permite que ele tenha uma reserva mensal para contribuir com a Previdência.  “Um trabalhador que planta, por exemplo, colhe apenas duas vezes por ano. Ou seja, tem apenas duas rendas. Como ele vai conseguir contribuir mensalmente”, exemplifica.

Além de terem um motivo específico para lutar contra a reforma da Previdência, os trabalhadores do campo estão na trincheira contra o projeto pelo conteúdo total da proposta temerária. Eles afirmam que a falácia criada pelo governo de que os trabalhadores rurais estão fora do novo texto da reforma da Previdência, tem como objetivo “desmobilizar e dividir a luta e resistência”.

Leia a nota do MPA:

As recentes notícias da proposição do relator da Reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), de retirar os trabalhadores rurais da proposta encaminhada para votação é mentira e a não votação da reforma na Câmara do Deputados não desmobilizou os trabalhadores, diante disso o Movimento segue somando nas atividades da Frente Brasil Popular em todo o País. “Para o MPA a Greve de Fome significa que alguns passarão fome por alguns dias para evitar que muitos passem fome uma vida inteira”, afirma Bruno Pilon.

O MPA reafirma sua posição contrária a Reforma da Previdência, posição essa expressa por todas as organizações do campo e da cidade que de fato defendem os interesses da Classe Trabalhadora. “Nem a aparente retirada dos rurais da Reforma Previdenciária nos fará retroceder a luta, essa é uma Luta de Classe. Se nossos irmãos e irmãs urbanos serão atingidos também seremos, vamos nos manter firmes para barrar esses retrocessos”, aponta Pilon.

Os camponeses e camponesas que estão fazendo a Greve de Fome – Frei Sergio Görgen, Josi Costa e Leila Denise Meurer – sabem do desafio que é imposto a privação de se alimentar, mas visto o nível de retirada de diretos que se encontra é uma das ações que estão dispostos a fazer para contribuir com a derrocada dessa Reforma, esse é um aviso prévio das ações que eles irão executar caso essa Reforma venha a ser votada.

O Movimento não aceita a manobra do governo golpista e assegura que irá cerrar fileiras junto com todos os companheiros e companheiras urbanos e rurais, junto com suas entidades de Classe para barrar esta votação e derrotar a reforma na Câmara do Deputados.

Fonte: CUT