8 de março: luta das mulheres toma ruas de Belo Horizonte 8 de março: luta das mulheres toma ruas de Belo Horizonte

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 9 de março de 2018

29025566_1802343119816151_8479161638769917952_oMilhares de pessoas ocuparam as ruas de Belo Horizonte nesse dia 8 de março – Dia Internacional de Luta das Mulheres. Uma marcha que partiu da praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e seguiu até a Praça 7 arrastou uma multidão de trabalhadores de diversas categorias, sem-terra, atingidos por barragens, e integrantes de vários movimentos sociais.

O ato em defesa das mulheres denunciou a violência doméstica, o machismo, a desigualdade de oportunidades no trabalho e, principalmente, a retirada de direitos promovida pelo governo golpista, a partir da PEC dos Gastos Públicos e da Reforma Trabalhista e das ameaças contidas na recém-engavetada proposta de Reforma da Previdência.

Organizada e conduzida por mulheres da Frente Brasil Popular, a manifestação parou a região central da cidade com gritos de: “Mulheres contra o machismo, mulheres contra o capital, mulheres contra o machismo e o capitalismo neoliberal”; “Ô abre alas que as mulheres vão passar, com essa marcha muita coisa vai mudar, nosso lugar não é o no forno ou no fogão, a nossa chama é o fogo da revolução”; e “A nossa luta é por respeito, mulher não é só bunda e peito”.

Na Praça 7, o protesto das mulheres se juntou a uma manifestação organizada pela pela Frente Povo sem Medo, que partiu da Ocupação Carolina Maria de Jesus, no centro da capital, e também reuniu centenas de pessoas.

Acampamento das Mulheres

A mobilização pelo dia 8 de março começou, na verdade, um dia antes. Centenas de mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) acamparam em frente à Assembleia Legislativa em luta por justiça, direitos e contra os retrocessos em curso no país.

No primeiro dia de acampamento, elas participaram de debates, oficinas e de uma na noite cultural. Já no segundo dia fizeram um cortejo até a sede da Justiça Federal para denunciar a impunidade no caso do rompimento da barragem de Mariana (MG) em novembro de 2015 e também denunciar o papel do Judiciário no impeachment ilegal da presidenta Dilma Rousseff e na condeção do ex-presidente Lula.

Greve dos professores

Ainda no dia 8 de março, profissionais da rede estadual de educação de Minas Gerais, cuja categoria é formada majoritariamente por mulheres, aprovaram a continuidade da paralisação iniciada naquele dia.

Em assembleia realizada na praça da Assembleia, os professora mantiveram a greve por tempo interminado e denunciaram o parcelamento do 13º salário, o adiamento do ano escolar, as escalas de pagamento parcelado, a suspensão das nomeações de concurso, além do não cumprimento dos reajustes do Piso Salarial e outras questões dos Acordos assinados e descumpridos.

O Sindicato dos Profissionais em Educação de Minas (Sind-UTE/MG) informou que já se reuniu com o governo de Minas para tratar das reivindicações mas o governo teria se negado a negociar com os trabalhadores.

Após a assembleia, os professores também saíram em marcha pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres.