Editorial: Carta ao  companheiro Lula Editorial: Carta ao companheiro Lula

Opinião | 13 de abril de 2018

Não está sendo fácil, companheiro. Sabendo da responsabilidade política e histórica de ousar organizar e conscientizar uma categoria de trabalhadores nesse momento tão crítico, essa diretoria lhe saúda triste, com os olhos marejados. Como você aguenta? Como você está, companheiro Lula?

Não temos vergonha de admitir que muitos de nós, mesmo diante da previsibilidade de mais um golpe, sofrem ainda o baque – político e emocional – de uma injustiça tão simbólica. A esperança, traiçoeira, fazia com que não acreditássemos que eles iriam tão longe.

Para muitos, talvez, possa parecer estranho tanta comoção, tanta identificação em torno de um homem. O que muitos ainda não entenderam é que somos filhos seus, companheiro Lula. Filhos de um mesmo sonho, semeado pelas lutas históricas dessa “peãozada” guerreira que ousou propor um projeto popular para esse País, ainda sob os efeitos da ditadura militar. Filhos de uma geração que pôde provar o gostinho da democracia a serviço do povo e de um esboço de projeto nacional, ainda que com limites e por pouco mais de uma década.

Somos filhos de uma ideia, companheiro. E isso, certamente, acaba com o sono deles.
A cabeça tá erguida, Lula. Não será a primeira vez que enfrentaremos obstáculos, não será a última vez que nos sentiremos amedrontados. A esperança, nosso maior vício e nossa principal arma, sempre vencerá o medo.

Diretoria do Sindipetro/MG