Não nos calarão! Não nos calarão!

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 15 de junho de 2018

capaEm mais uma prática antissindical, a direção da Petrobrás puniu diversos petroleiros em todo o Brasil por exercerem seu direito de greve – em uma clara tentativa de intimidar a categoria.
Em Minas, um petroleiro foi suspenso por cinco dias por ter deixado seu posto de trabalho no final de seu turno – o que é um direito de todo trabalhador. Além disso, vários outros funcionários receberam advertência por terem participado da greve. Diante dos fatos, a categoria fez atrasos em todos os turnos durante os dias de suspensão do trabalhador e em repúdio às demais punições.

Ainda durante a paralisação, a gerência da Regap enviou cartas de intimação às casas dos trabalhadores, sob a alegação de que a greve havia sido considerada ilegal pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), decisão da qual o Sindicato não foi notificado antes do final do movimento grevista.

A greve dos petroleiros foi aprovada em assembleias realizadas entre os dias 2 e 7 de maio na portaria da Regap, cuja gerência foi comunicada sobre o movimento com 72 horas de antecedência, como prevê a Lei de Greve. A paralisação teve início às 23h30 de 29 de maio e foi encerrada por volta de 12 horas de 1° de junho, após o pedido de demissão do então presidente da companhia, Pedro Parente.

Também há relatos de suspensão de trabalhadores em São Paulo e cartas de advertência para petroleiros de vários estados do País. Todos os casos foram discutidos no Conselho Deliberativo da FUP, realizado no dia 12 de junho, em Curitiba (PR), e serão retomados no encontro das assessorias jurídicas da FUP e dos sindicatos, que acontecerá nesta sexta-feira (15).

CÁRCERE PRIVADO

Em Minas, trabalhadores também foram mantidos em cárcere privado durante toda a greve e impedidos de deixarem a empresa. A Petrobrás não colocou sua equipe de contingência para atuar e também se recusou a negociar com o Sindicato a liberação dos funcionários, em claro descumprimento à legislação trabalhista.

A empresa reteve operadores em serviço por mais de 70 horas na Regap e também manteve um médico de plantão durante toda a paralisação, inclusive no turno da noite – o que geralmente não ocorre. Tudo para assegurar que os empregados não deixassem a empresa, nem mesmo por problemas de saúde.

Para o Sindipetro/MG, essas punições têm como objetivo silenciar e desmobilizar a categoria, de modo a evitar uma nova greve. Afinal, se em três dias de paralisação, os petroleiros já derrubaram o presidente da Petrobrás, o que conseguirão com uma greve por tempo indeterminado e com controle de produção?