Lutar e Resistir:  nossa única saída, nossa maior força Lutar e Resistir: nossa única saída, nossa maior força

Opinião | 20 de julho de 2018

descarga-parenteNos últimos anos, temos vivenciado momentos tristes e angustiantes em nosso País. Desde aquele segundo turno das eleições de 2014, nós não tivemos mais sossego. Pouco a pouco, a situação política e econômica brasileira foi se transformando em um pesadelo sem fim, uma novela com seguidos capítulos cada vez mais dramáticos. O quadro político conturbado – e desfavorável para nós, trabalhadoras e trabalhadores – obrigou-nos a assumir uma tarefa em nome da nossa própria sobrevivência: lutar e resistir.

Vimos uma conspiração aberta das elites econômicas e políticas brasileiras resultarem em um golpe. Vimos um processo de criminalização de lideranças, de movimentos e de um partido político que ousou pensar num País mais justo e soberano. Vimos a intensificação de um modelo econômico de completa entrega do nosso patrimônio e de destruição dos direitos do povo. Vivemos a angústia por ver a maior liderança popular da história deste País presa injustamente. Vimos, por mais uma vez, a Petrobrás no centro desse vendaval.

Essa diretoria do Sindipetro/MG assumiu, há um ano, o desafio de representar e organizar essa categoria que, por mais de uma vez na história, foi alçada ao olho do furacão da disputa política nacional. Tendo como maior desafio o enfrentamento ao processo de privatização da Petrobrás e a luta contra a destruição de direitos da categoria petroleira, o Sindicato tinha também de lidar com uma peculiaridade local: reconstruir os laços de confiança com a base.

Hoje, reunidos em nosso Congresso local, vivenciamos tempos ainda difíceis e incertos, mas de cabeça erguida e com um sentimento de que estamos no caminho certo. Nossa última greve, certamente um dos momentos mais importantes da nossa história, simbolizou o resultado do esforço dessa diretoria e dessa categoria em lutar – juntos, e até o fim – em defesa da Petrobrás e do Brasil. Não se trata apenas da satisfação por empurrar vala abaixo um de nossos algozes – Pedro Parente – mas de, a partir da luta coletiva, realimentar a esperança no coração dessas trabalhadoras e trabalhadores.

No final das contas, enfrentamos o último período entre muitas derrotas e algumas poucas, mas importantes, vitórias. Em meio a tempos tão duros, não podemos nem nos iludir com nossas conquistas, nem nos assustar com as porradas que vierem.

Para além de nossas diferenças e das dificuldades impostas pela atual conjuntura, o aprendizado que fica é que não conseguiremos enfrentar tantos desafios sem a unidade, a confiança e cumplicidade entre nós, petroleiras e petroleiros de Minas Gerais. Entre vitórias e derrotas, enquanto seguir o golpe, nossa tarefa seguirá sendo a mesma: lutar e resistir, juntos, por uma Petrobrás a serviço do povo e por um Brasil mais justo e soberano.