Especial VII PlenaFUP: Categoria petroleira debate previdência, privatização e condições de trabalho no VII Plenafup Especial VII PlenaFUP: Categoria petroleira debate previdência, privatização e condições de trabalho no VII Plenafup

Diversos, Eventos, Notícias, Tribuna Livre, Novidades, Política | 10 de agosto de 2018

Com participação de cerca de 250 petroleiras e petroleiros, a VII PlenaFUP deliberou sobre questões fundamentais para a categoria. Além de definir um amplo calendário de lutas contra a privatização do Sistema Petrobrás e a entrega do pré-sal, a Plenária apontou uma série de encaminhamentos para preservar direitos dos trabalhadores e impedir o desmonte de conquistas históricas, como a Petros, AMS e o Acordo Coletivo.

No encontro foram debatidos temas como a conjuntura pré-eleitoral e pós-golpe, a geopolítica internacional do petróleo, a soberania energética e a política de preços da Petrobrás. Também foi amplamente discutida a participação e o papel da classe trabalhadora, dos sindicatos e dos movimentos sociais no combate ao golpe pelas urnas.

A categoria também aprovou por unanimidade o apoio à reeleição de Fabiana dos Anjos, atual representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Transpetro. A plenária repudiou o ataque sofrido pela conselheira, que teve o quarto arrombado na sexta-feira (3) e um tablet fornecido pela Transpetro furtado durante o terceiro dia da PlenaFUP.

Grupos de Trabalho

Além dos painéis de debates, os petroleiros reunidos na VII PlenaFUP se dividiram em grupos de trabalho para discutir de maneira mais aprofundada questões que interferem no cotidiano dos trabalhadores do Sistema Petrobrás.

Os participantes se dividiram em três grandes grupos: Grupo 1- Previdência/Resolução 23; Grupo 2 – Condições de Trabalho (Efetivo/Regime/Carreira); e Grupo 3 – Luta contra a Privatização e Combate ao Golpe.

No Grupo 1, foi apresentado um panorama sobre planos de previdência de empresas públicas e fundos de pensão no Brasil, para depois ingressar na questão específica da Petros (Leia mais na página 7).

Já o Grupo 2 discutiu o sucateamento das condições de trabalho nas unidades da Petrobrás, especialmente a partir do golpe. Entre alguns exemplos tratados na reunião estão a redução de efetivo mínimo, os PIDV’s e o atual Plano de Cargos e Remuneração (PCR), proposto unilateralmente pela Petrobrás e que desrespeita o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Por fim, o Grupo 3 teve início com uma apresentação do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cloviomar Cararine, sobre o histórico de privatizações na Petrobrás e a venda de ativos promovida pela estatal a partir da gestão Pedro Parente. Na sequência, os trabalhadores debateram estratégias de luta e um calendário de mobilizações para fazer frente ao desmonte da Petrobrás e a venda de fatias da empresa.

Eleições

A VII Plenafup também deliberou que uma das lutas centrais dos petroleiros deve ser a eleição do ex-presidente Lula e de um Congresso representativo dos trabalhadores.

A plenária aprovou por unanimidade o apoio às candidaturas de petroleiros para ampliar a defesa do Sistema Petrobrás e do pré-sal como alicerces da retomada do projeto popular e democrático de soberania e desenvolvimento nacional.

Ato em repúdio a direção da Petros marca primeiro dia da VII PlenaFUP

Petroleiros e petroleiras de todo o Brasil realizaram um ato em defesa da Petros durante a VII PlenaFUP. A mobilização aconteceu no dia 2 de agosto em frente à sede da Petros, no centro do Rio de Janeiro.

Segundo o diretor da FUP e membro do Grupo de Trabalho (GT) da Petros, Paulo Cesar Martin, a categoria precisa se organizar e lutar em defesa de um equacionamento justo para o Plano Petros 1. O plano de equacionamento em vigor desde o início deste ano penaliza a categoria com descontos que, em alguns casos, comprometem até 40% da renda dos beneficiários não repactuados.

“Esse equacionamento vai obrigar, se a gente não encontrar uma solução urgente, a colocar todo mundo num plano de contribuição definida que é o Plano Petros 3. Inclusive, já apresentou a proposta para a imprensa e no GT da Petros, proposta que tem sido muito criticada porque representa uma renúncia muito grande de direitos dos participantes”.

Ele explicou ainda que, o plano anunciado pela Petrobrás não foi discutido no Grupo de Trabalho – criado em novembro de 2017 para discutir alternativas ao equacionamento.

“Esse ato também é uma forma de repúdio à atual diretoria da Petros que, apesar de estar no GT, não tem colaborado e ainda tem dificultado o acesso a informações sobre o PP-1. Essa diretoria não buscou alternativas viáveis para o equacionamento e, agora que teria a possibilidade de construir essa alternativa via GT, está boicotando”.

Violência de gênero na política é tema de debate no VII PlenaFUP

A “Violência de Gênero na Política” também foi tema de debate no VII PlenaFUP, que tratou da sub-representação feminina na política em função dos muitos obstáculos que as mulheres enfrentam para chegarem a ocupar espaços de poder.

Segundo a psicóloga, jornalista e assistente social Ana Rocha, historicamente a mulher foi colocada no papel de cuidado do lar e da família, papel que ainda existe no imaginário de grande parte das pessoas. Na política, ainda é comum que a mulher seja tratada como se aquele espaço não lhe pertencesse.

Já a historiadora e fundadora da Casa da Mulher Trabalhadora, Eleutéria Amora, ressaltou que é necessário as mulheres assumirem seu papel na produção de conhecimento para mudar a sociedade.

Ela relembrou ainda que na história mundial houve um grande apagamento da história das mulheres com a caça às bruxas, que na verdade era uma perseguição às mulheres que se recusavam a seguir costumes da época, como o casamento forçado.

Amora destacou que o preconceito é ainda mais grave com as mulheres negras, já que o racismo é estruturante da desigualdade.

Coletivo

Também durante o PlenaFUP foi realizada uma reunião do Coletivo de Mulheres da FUP onde foi aprovado o apoio às candidaturas de petroleiras que disputam vagas no parlamento e apoio à reeleição da petroleira Fabiana dos Anjos para o Conselho de Administração da Transpetro. Foram aprovadas ainda divesas moções.

PlenaFUP reafirma PLR para todos

Durante a VII PlenaFUP, a categoria petroleira reafirmou a posição de que a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) deve ser paga a todos os trabalhadores.

Até agora a PLR não foi paga porque a Petrobrás insiste em deixar de fora os petroleiros da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR). A alegação da companhia é de que a Fafen não assinou o Acordo de Metodologia da PLR, que regra o pagamento e a distribuição dos lucros e resultados no Sistema Petrobrás.

A Araucária, no entanto, assinou o termo de quitação da PR 2015, que atende ao que foi acordado no regramento. Portanto, não há justificativas para excluir os trabalhadores da Fafen-PR do pagamento deste ano.

A FUP continua insistindo em uma saída negociada para este impasse, desde que garanta o pagamento para todos os trabalhadores, sem qualquer discriminação.

A Federação também cobrou que a Araucária assine um Termo Aditivo ao Acordo de Metodologia da PLR, evitando que esse problema volte a ocorrer no próximo ano.