A empresa terceirizada SGS – para a qual trabalham dois técnicos de manutenção feridos no acidente registrado no último dia 6 de agosto na Regap – desrespeitou o atestado médico que impedia uma das vítimas de voltar ao trabalho antes do dia 8.
O trabalhador sofreu queimaduras durante rompimento da conexão de um Indicador Local de Pressão (PI) que provocou um vazamento de ácido sulfúrico 98%. Ele foi levado ao Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, onde foi atendido e liberado no mesmo dia com atestado médico até o dia 8 de agosto – fato presenciado pelo coordenador do Sindipetro/MG, Anselmo Braga.
No entanto, já no dia seguinte ao acidente, o técnico de manutenção foi liberado pelo médico do trabalho da SGS e voltou ao serviço na mesma data. Provavelmente, ele foi liberado antes da hora porque alguns acidentes de trabalho com afastamento geram penalidades para as terceirizadas.
Porém, o Sindipetro/MG apurou que cada acidente e/ou incidente envolvendo profissionais terceirizados em qualquer das unidades da Petrobrás é avaliado individualmente pelo gerente responsável pelo contrato e, só é gerada penalidade para empresa se comprovada sua responsabilidade.
Nesse caso, como denunciado na capa, há vários indícios que apontam que as causas do acidente estão associadas à má gestão da Petrobrás, que tem reduzido os investimentos em manutenção, capacitação dos funcionários, e número de efetivo.
De qualquer forma, ainda que gerasse qualquer penalidade para a empresa, o Sindipetro/MG considera inadmissível a conduta da contratada pois coloca em risco a vida de um trabalhador que, não só se feriu no acidente, como presenciou um colega de trabalho se queimar gravemente.
O operador da Petrobrás ferido no acidente com ácido sulfúrico segue internado no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte. Ele não está mais entubado e deixou o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) na última segunda-feira (13). Já realizou alguns enxertos e, segundo informações de familiares, está respondendo bem aos tratamentos.
Antenor Pessoa Cavalcante foi atingido com ácido sulfúrico 98% e sofreu queimaduras em 20% do corpo – nas costas, peito e parte do rosto, além do braço e antebraço esquerdos. Ele também sofreu uma lesão reversível no olho direito. Não há previsão de alta, mas até o último boletim médico seu estado de saúde era estável.