Antes mesmo de assumir a presidência da Petrobras, o economista Adriano Pires comunicou ao Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira (4), que desistiu de assumir o cargo. Na semana passada, ele havia sido indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para substituir o general Joaquim da Silva e Luna.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
A desistência de Pires foi motivada, segundo a colunista do jornal O Globo Malu Gaspar, pelos conflitos de interesse que ele enfrentaria na estatal. O economista vinha sendo pressionado a revelar os clientes para quem presta serviço em sua consultoria. Contudo, ele trabalha não apenas para a associação do setor, a Abegás, mas também para os negócios do empresário Carlos Suarez, sócio de oito distribuidoras de gás no Brasil.
Como cliente, Suarez tem uma série de interesses na Petrobras. O mais imediato está relacionado à negociação de um acordo bilionário entre a distribuidora no Amazonas de que ele é sócio, a Cigas, e a petroleira. Os setores jurídicos das duas companhias estão negociando há meses um acordo para encerrar todos os litígios entre as duas empresas.
Na madrugada deste domingo (3), Rodolfo Landim, presidente do Clube de Regatas do Flamengo, desistiu de assumir a presidência do Conselho de Administração da Petrobras. Ele alegou querer se dedicar mais a fortalecer o clube. No entanto, de acordo com Malu Gaspar, do blog O Globo, as razões dessa desistência, nada têm a ver com o Flamengo.
Em decorrência da amizade com Suarez, Landim já chegou a ser investigado pelo Ministério Público Federal brasileiro. As razões foram os repasses de recursos feitos a contas do empresário na Suíça. Eles foram descobertos pelo Ministério Público local na época da Lava Jato.