Petrobrás pode liderar uma transição energética justa Petrobrás pode liderar uma transição energética justa

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 23 de dezembro de 2022

É essencial a construção de um modelo energético que promova inclusão social, justiça socioambiental e a repartição das riquezas


por Sindipetro/MG

 

É preciso rever o modo privado de gerir a Petrobrás para que todos tenham acesso às riquezas geradas e o país se desenvolva com soberania energética

Em 2022, o Sindipetro/MG denunciou a política perversa de preços da Petrobrás que afetou a população com os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis. Como consequência, os reajustes abusivos impactaram a inflação e a carestia. Os recordes nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha em decorrência do PPI (preço de paridade de importação), política criada em 2016, só beneficiaram os interesses do capital privado e multiplicaram o lucro dos acionistas.

Nas lutas pelo retorno do papel pelo qual a Petrobrás foi criada, o Sindicato, juntamente com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), promoveu articulações políticas, mobilizações e ações de comunicação, denunciando a queda dos investimentos da empresa com vista à privatização. O tão comemorado lucro extraordinário em vez de ser revertido em investimentos foi direcionado para o pagamento de dividendos indo parar fora do país. Durante o governo Bolsonaro, a média de investimento na empresa foi três vezes menor (9,2 bilhões) do que nos governos do PT (R$ 28 bilhões). Importante frisar que os atuais lucros da Petrobrás também são resultados da expansão da produção do pré-sal e da venda de ativos desenvolvidos nos governos petistas.

Com o novo governo, será necessário rever o modo empresarial privado de gerir a Petrobrás que além de representar grave ameaça à saúde e segurança das trabalhadoras e trabalhadores não beneficia a população com o lucro gerado. É essencial a construção de um modelo energético que promova inclusão social, justiça socioambiental e a repartição das riquezas geradas, levando a um processo de soberania energética popular. Ou seja, respeitando o princípio de que a energia é um direito humano fundamental e seu uso e aproveitamento devem ser para o benefício dos povos.

Dentro da reconstrução da Petrobrás no governo Lula, é importante criar mecanismos para que ela retome os investimentos que foram abandonados, como em refinarias, energias renováveis, biocombustíveis e fertilizantes. E diante dos desafios impostos pelas questões climáticas, que envolvem a sobrevivência da humanidade, é preciso pensar o setor de energia de forma estratégica, considerando sua função social e de desenvolvimento regional e nacional.

Especialistas garantem que a Petrobrás tem todas as condições para liderar um processo de transição energética justo. O Brasil tem um vasto patrimônio hídrico, a geografia compatível, a extensão de áreas com frequência e intensidade solar, os padrões de velocidade e intensidade dos ventos, as grandes áreas de produção de cana de açúcar e de outros produtos de potencial energético e, além do Pré-Sal, que formam uma condição competitiva para o crescimento econômico sustentável.