É importante ressaltar que a queda da inflação foi um dos fatores que contribuíram para o sucesso das negociações
Os reajustes salariais do mês de maio de 2023 mostraram resultados positivos, com a maioria das negociações garantindo aumentos acima da taxa de inflação. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), das 759 negociações analisadas até 6 de junho, aproximadamente 88% obtiveram reajustes acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC-IBGE), que mede a inflação.
Em 11% das negociações, os reajustes ficaram iguais ao INPC, enquanto apenas 0,5% (quatro instrumentos coletivos) apresentaram aumentos abaixo da taxa de preços. Desde 2018, o DIEESE acompanha os acordos e convenções coletivas e constata que esse percentual acima da inflação ultrapassou 80% em apenas cinco ocasiões, sendo quatro vezes em 2018 (fevereiro, março, maio e junho) e uma vez em 2019 (outubro).
Os dados do estudo revelam que, nos últimos 15 meses, as negociações salariais têm apresentado resultados favoráveis em comparação com a inflação. Este bom desempenho das negociações em maio resultou em uma variação real média dos reajustes de 1,91% acima do INPC. A variação real considera o aumento salarial descontado o índice de inflação, demonstrando um ganho real para os trabalhadores.
Queda da inflação influencia positivamente
É importante ressaltar que a queda da inflação foi um dos fatores que contribuíram para o sucesso das negociações. As categorias conseguiram negociar a reposição das perdas salariais de 3,83% referente aos últimos 12 meses até maio de 2023. Para a data-base de junho, o valor do reajuste necessário para recompor o poder de compra dos salários é ainda menor, atingindo 3,74%.
No que diz respeito à forma de pagamento dos reajustes, apenas 0,5% das negociações registraram reajustes parcelados em duas ou mais vezes. Esse percentual é baixo devido à queda da taxa de inflação, que tornou mais fácil para os sindicatos negociarem reajustes pagos em uma única parcela na data-base. Já os reajustes escalonados, ou seja, aqueles que variam de acordo com faixas salariais ou tamanho de empresas, foram observados em 8% das negociações em maio, representando uma redução em relação ao ano anterior.
Ao analisar os resultados por setor econômico, observa-se que os serviços e a indústria apresentam desempenho semelhante, com a maioria dos reajustes garantindo ganhos reais aos trabalhadores. No comércio, o percentual de reajustes acima da inflação é menor, porém ainda expressivo, com mais da metade dos instrumentos coletivos no setor (52,8%) superando
Confira abaixo o estudo completo.