Empresa registrou um suicídio por mês, no primeiro semestre de 2023
Há nove anos, a Campanha Setembro Amarelo segue conscientizado a sociedade sobre o suicídio e, este ano, traz o mote: “Se precisar, peça ajuda”. Uma das referências da campanha é a data 10 de setembro, Dia Mundial da Prevenção ao suicídio.
No Brasil, o número de suicídios cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021. O levantamento faz parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho de 2023. Segundo a Campanha, os registros no país se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
A situação é preocupante também na Petrobrás. A informação é de que a empresa registrou um suicídio por mês, no primeiro semestre de 2023, além de muitas ocorrências graves de saúde mental, envolvendo principalmente petroleiros que foram transferidos em meio a processos de privatização e fechamento de unidades. Desde 2018, as ocorrências de mortes por suicídio na categoria petroleira somam 18 casos, com aumento considerável de 2022 até junho de 2023 (de 2 para 6 casos).
A valorização da vida e da saúde mental dos trabalhadores está entre as reivindicações da pauta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Para o coordenador-geral do Sindipetro/MG, este tema é muito relevante e urgente devido aos processos que a Petrobrás foi submetida nesses últimos anos.
“As situações de assédio que geram depressão e outros transtornos às trabalhadoras e trabalhadores devem ser foco da política de saúde da empresa. Nossa exigência são ações coletivas e no ambiente de trabalho para a melhoria das condições de saúde, incluindo a saúde mental, com prevenção e, em casos de tentativas ou suicídio, apoio ao trabalhador e à família”, afirma Guilherme Alves.
A categoria petroleira tem a disposição os canais de atendimento da empresa e deve buscar ajuda, combatendo o preconceito. Pode contar também com o apoio do Sindicato para as questões que envolvem melhoria das condições de trabalho e problemas que levam ao desencadeamento de estresse e problemas de saúde.
É importante frisar que as causas do sofrimento mental não devem ser atribuídas apenas ao indivíduo, visto como fraqueza e covardia do sujeito, pois o problema é complexo e multifatorial. Há vários determinantes sociais, culturais, políticos e econômicos associados ao desencadeamento das doenças mentais. Estudos observam aumentos de casos diante de crises econômicas, pandemia e tragédias com populações atingidas por crimes ambientais.
Saiba mais sobre a campanha da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) em https://www.setembroamarelo.com/