A má condução do país pelo Governo Bolsonaro, principalmente, diante da pandemia de Covid-19, deixou mais 705 mil mortos
Um acordo entre a Petrobrás e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2019, colocou à venda oito das 13 refinarias da Petrobrás, incluindo a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim. Todo esse processo de privatização afetou a realidade da categoria petroleira, que convive até hoje com medidas como a redução das manutenções e sucateamento das unidades operacionais com consequente aumento dos índices de acidentes, processos de demissão voluntária e transferências de trabalhadores.
Diante do aumento do custo de vida no Brasil, os petroleiros denunciaram não só a privatização de ativos da Petrobrás, como os altos preços da gasolina e do gás. O Sindipetro/MG realizou dezenas de ações de solidariedade com a distribuição de botijões de gás, cestas básicas e vales para compra de gás e combustível. “Combustíveis a preço justo”, “Não estamos à Venda”, “Petrobrás fica em Minas”, foram algumas campanhas implementadas pelo Sindicato. Em outubro de 2020, foi realizado um ato com o mote #TáCaroACulpaÉdoBolsonaro, que contou com o apoio de mais de 100 entidades em defesa de diversas pautas, como a luta contra a reforma administrativa, o desemprego e as privatizações.
A má condução do país pelo Governo Bolsonaro, principalmente, diante da pandemia de Covid-19, deixou mais 705 mil mortos no Brasil (setembro/23) e colocou o Brasil de novo no mapa da fome. Um dos momentos mais tensos da pandemia ocorreu em março de 2022, na Parada de Manutenção na Regap, quando 200 trabalhadores testaram positivo. O Sindicato deflagrou uma greve sanitária para denunciar a situação e exigir dos órgãos competentes a interdição da Parada. Outra luta foi pela garantia de vacinação dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa.
Vitória na Regap
Após seis anos de resistência e luta com ações de mobilização, comunicação, judiciais e articulação política movidas pelo Sindipetro/MG e FUP, a privatização da refinaria foi suspensa após a eleição presidencial de 2022. Em seu terceiro mandato como presidente, Lula garantiu que a Petrobrás não será privatizada e a luta segue pela reconstrução da Petrobrás e do Brasil.
“Resistimos ao golpe de 2016 e à ascensão de uma direita fascista no nosso país, com a eleição do inominável em 2018, diante da prisão política da maior liderança popular desse país e da tentativa de destruição da Petrobrás. Construímos greves históricas e grande legado. Nossa missão seguirá sendo a mesma: lutar em defesa da categoria e da nossa empresa, símbolo da soberania nacional e patrimônio do povo brasileiro”, discursou o atual coordenador-geral do Sindipetro/MG, Guilherme Alves, na grande festa que comemorou os 60 anos da entidade, em 25 de agosto de 2023.