Zema desestimula vacinação e é denunciado ao Ministério Público Zema desestimula vacinação e é denunciado ao Ministério Público

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 8 de fevereiro de 2024

O desestímulo à vacinação com fins políticos em vídeo protagonizado pelo governador Romeu Zema (Novo), acompanhado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e do senador Cleitinho (Republicanos) foi duramente criticado por autoridades da área da saúde. Na postagem, a trinca bolsonarista comemora que, na rede estadual de ensino de Minas, não será cobrada a apresentação da carteira de vacinação no ato da matrícula escolar. A atitude irresponsável que coloca a vida de crianças e adolescentes em risco ocorreu após o governo federal ter incluído o imunizante da Covid-19 no plano obrigatório previsto para crianças de até cinco anos de idade.

Para o coordenador-geral do Sindipetro/MG, Guilherme Alves, essa é mais uma das atitudes do governador contra os interesses da população. “Não bastasse querer vender as nossas estatais, promovendo práticas anti-sindicais, Zema também tem a cara de pau de marcar posição política, sem se importar com a vida de crianças”, opina. 

O colunista do Uol, Reinaldo Azevedo, afirmou que pregar contra a vacinação não é liberdade, é crime. “O Código Penal pune duas coisas: quem contribui para transmitir patógenos e quem sabota políticas públicas, isso é uma sabotagem de uma política pública”, sentenciou. 

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) acionou o Ministério Público (MP) contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. A parlamentar alega que a carteira de vacinação é prevista pela Lei Estadual 20.018/2012, que prevê que todas as instituições de ensino de Minas Gerais solicitem o documento para pais de crianças de até dez anos. 

É importante lembrar que a má gestão do presidente Bolsonaro na saúde pública levou à morte mais de 700 mil vítimas de Covid. E a baixa procura por imunizações ressuscitaram doenças erradicadas no Brasil como sarampo e poliomielite. Dados do Observatório da Atenção Primária à Saúde da organização Umane mostram como o crescimento de falsos questionamentos sobre os imunizantes vem afetando os níveis de vacinação no país.  Em 2021, o Brasil teve a menor cobertura vacinal em duas décadas. A média nacional ficou em 52,1%. Até 2015, esse índice nunca tinha ficado abaixo de 70%.

“Não caia na conversa do Zema e da sua corja. Vacina sim”, disse o médico e vereador de Belo Horizonte Bruno Pedralva (PT) em suas redes sociais.