Paulo Pimenta vai comandar esforços do governo federal em apoio ao estado. Com Auxílio Reconstrução, famílias poderão adquirir móveis e outros itens que perderam durante as enchentes
Por RBA
São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (15) a criação da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. O gaúcho Paulo Pimenta, que deixa a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), vai comandar a nova pasta, que terá status de ministério.
Ao mesmo tempo, em sua terceira passagem pelo Rio Grande do Sul em duas semanas, Lula anunciou mais medidas para socorrer a população do estado, devastado por inundações e enchentes. O presidente revelou as novas iniciativas em na cidade gaúcha de São Leopoldo.
Assim, as famílias que perderam móveis, eletrodomésticos e outros objetos terão direito a um benefício de R$ 5.100 concedidos pelo governo federal. Elas receberão Auxílio Rconstrução em parcela única por meio do Pix, em conta operada pela Caixa Econômica Federal. Além disso, mais 21 mil novas famílias do estado serão incluídas no Bolsa-Família.
O governo anunciou também que vai comprar casas que estejam à venda, expandir o programa Minha Casa, Minha Vida e usar imóveis da Caixa e do Banco do Brasil que iriam para leilão nas cidades atingidas. O objetivo é casa aos mais de 80 mil desabrigados.
Durante o evento, Lula elogiou os voluntários que estão atuando no Rio Grande do Sul. Diante disso, afirmou que aquelas pessoas que estão espalhando notícias falsas – fake news – em meio à tragédia acabarão “banidas” da política.
“A gente tem que dizer: ainda bem que a gente continua acreditando que é possível a gente ter uma humanidade mais humana, sensível, fraterna, solidária”, disse. É possível, apesar da nojeira da fake news, da nojeira do comportamento de uns vândalos que não fazem política, não discutem política, não querem argumento. Só querem destratar a vida dos outros, ofender as pessoas, achincalhar as pessoas. Esse tipo de gente, eu tenho certeza que depois desses milhões de voluntários, vão ser banidos da política brasileira.”
Ele ainda mencionou o drama dos desabrigados. “Eu fico imaginando essa gente que tá aí. Mulheres com crianças, mães que não têm marido, que têm dois, três filhos, que perderam sua casinha. Qual a expectativa que eles têm? Hora que secar, que tiver que voltar, vou voltar pra onde? Não existe mais o lugar que eu ficava, se existe, tá quase insuportável”.
O novo ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul disse que tem “consciência” do “enorme desafio” que terá pela frente. Nesse sentido, explicou que a sua função será articular e coordenar todas as ações do governo federal na reconstrução, apoiando as ações do governo estadual, das prefeituras e da sociedade como um todo.
“Só o que nós não temos condições de devolver para o nosso povo são as vidas das pessoas que foram perdidas”, disse o ministro, mencionando as ainda 150 pessoas desaparecidas. Ele classificou as medidas que o governo anunciou como o maior plano de apoio a uma situação de catástrofe da história do país.
“Como diz o presidente Lula, nunca antes da história do Brasil existiu plano tão ousado, tão corajoso”, disse Pimenta. “E podem ter certeza que vou me dedicar da melhor maneira possível, porque tenho consciência do desafio que vive hoje o nosso estado, e que nós não podemos falhar, em nenhuma hipótese. Temos que estar à altura de dar a resposta necessária para essa tragédia que vive o estado do Rio Grande do Sul”.
De acordo com o ministro, 75 municípios gaúchos já pediram ajuda humanitária ao governo federal e receberam auxílio imediato. Os repasses ultrapassam os R$ 100 milhões “para que os municípios tenham condições de garantir água, alimento, colchão, banheiro químico, pagar óleo diesel, tudo aquilo que for necessário”.