Teletrabalho e descontos compulsórios impostos aos trabalhadores que receberam o Adicional Provisório de Transferência (APT) foram temas tratados em reuniões entre a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a gestão da Petrobrás. A FUP reforçou a luta por regras coletivas para o teletrabalho e exigiu a suspensão das cobranças e a devolução dos descontos efetuados no APT.
A Petrobrás afirmou que manterá o modelo híbrido adotado desde a pandemia, garantindo as condições atuais para teletrabalho, que seguirão mantidas para empregados sem função gratificada, bem como o teletrabalho integral para empregados com deficiência ou responsáveis por crianças e adolescentes com deficiência, além de empregados em condições críticas de saúde.
O documento enviado à FUP, no entanto, não traz garantias de que não haverá outras mudanças no teletrabalho, o que reforça ainda mais a necessidade de um regramento coletivo, negociado dentro do ACT e estendido a todos os trabalhadores (com ou sem função). Nos próximos dias, os sindicatos da FUP iniciarão setoriais com os trabalhadores nas bases, com prazo de conclusão até 9 de agosto, quando a FUP realizará uma setorial nacional de forma remota.
APT
Desde junho, a Petrobrás iniciou descontos parcelados do APT para trabalhadores transferidos a partir de 2019 devido ao fechamento e venda de unidades. Na reunião, a FUP enfatizou a inadmissibilidade das cobranças aos empregados transferidos contra a vontade, no governo passado, agora penalizados pela gestão atual.
As direções sindicais lembraram que as transferências e mudanças de regime de trabalho foram feitas por interesse da Petrobrás, com o APT pago para mitigar os prejuízos. Na época, a empresa garantiu que não haveria devolução dos valores pagos. Agora, no entanto, a Petrobrás desconta unilateralmente o adicional, sem negociação com as representações sindicais.
A FUP cobrou uma solução negociada, destacando que a responsabilidade é integral da empresa. A Gerência de RH da Petrobrás afirmou que manterá as cobranças do APT para trabalhadores que não comprovaram pagamento de aluguel ou hospedagem, mas consultará outras instâncias da Petrobrás sobre a suspensão dos descontos.