Sindipetro MG segue na pressão para garantir vacina para os trabalhadores da indústria Sindipetro MG segue na pressão para garantir vacina para os trabalhadores da indústria

Diversos, Notícias | 23 de junho de 2021

Os trabalhadores industriais estão incluídos na lista oficial de grupos prioritários criada pelo Ministério da Saúde. Apesar de não terem interrompido suas atividades, até hoje a maioria deles não foi incluída em listas de vacinação dos municípios.

Em junho, muitas prefeituras abriram o cadastro de pessoas fora dos grupos prioritários, ampliando o leque de vacinação por idade. 

Em que pese ser inquestionável – e, inclusive, louvável – que o avanço no calendário de vacinação seja extremamente positivo, esta entidade vem requerer à Secretaria Municipal de Saúde esclarecimentos acerca da motivação para que os Trabalhadores da Indústria, que figuram na 27a posição da tabela de Grupos Prioritários definida pelo Ministério da Saúde, não puderam, ainda, se apresentar para a vacinação”, questiona ofício do Sindipetro MG, enviado para as secretarias de saúde de Belo Horizonte, Betim, Juiz de Fora, Ibirité e Montes Claros – cidades onde há unidades da Petrobras. O ofício também foi enviado para a Regap.

Dessas cidades, apenas Juiz de Fora abriu cadastro para os industriais, na última sexta. O diretor do sindicato na cidade, Eduardo Miranda, indica a importância disso, visto que nem todos os trabalhadores da cidade podem se vacinar ainda pela idade. “Vamos incentivar para que todos façam seu cadastro o mais logo possível”, disse. 

Caso algum trabalhador de Juiz de Fora tenha alguma dificuldade no cadastro, o sindicato se coloca à disposição para ajudar.

Ato dia 19 de junho cobrou vacina para a população. Foto: MST MG

No entanto, a maior parte dos trabalhadores da Petrobras em Minas ainda não tem data para se vacinar. O sindicato, além de enviar os ofícios, entrou em contato com o Conselho Estadual de Saúde, Conselho Municipal de Saúde de Betim e vereadores dos municípios, na tentativa de garantir esse direito para trabalhadores de serviços essenciais. 

Na segunda-feira, o Sindipetro fará uma reunião com a secretaria municipal de saúde de Betim, para cobrar a vacinação prioritária dos trabalhadores da Regap. “Esperamos que depois dessa reunião a prefeitura entenda a importância de imunizar os trabalhadores próprios e da refinaria, já que eles estão diariamente expostos ao vírus”, destaca Felipe Pinheiro, diretor do sindicato. 

Urgência da vacinação

Alas Castro Marques Oliveira, do setor jurídico do Sindipetro MG, explica que é uma questão fundamental. “Trata-se de uma atividade essencial – a produção de combustíveis – que não parou nenhum minuto durante a pandemia”, frisa. O diretor lembra que já houve nove mortes na Regap por Covid, além de diversos afastamentos. No dia 17 de junho, Wandeir dos Santos Brandão foi mais uma vítima da ausência de vacinação.

“Mesmo com tantas perdas, a Petrobras segue surda para a reivindicação da categoria. A empresa poderia pressionar e garantir vacinas para os trabalhadores, que fazem parte dos essenciais. Mas prefere seguir a política genocida da presidência e recomendar a farsa do tratamento precoce”, denuncia Alexandre Finamori, coordenador do sindicato. O tema será inclusive pautado pela CPI que investiga ações e omissões no combate à pandemia. 

Os petroleiros não são os únicos nessa situação. Jairo Nogueira Filho, presidente da CUT MG, destaca que desde o início do ano a central cobra as autoridades para que haja prioridade na vacinação de alguns grupos, que nunca deixaram de trabalhar presencialmente. Além dos trabalhadores da indústria, ele cita os eletricitários, os trabalhadores do saneamento, motoristas, atendentes de supermercado, trabalhadores da coleta de lixo. “A gente defende a vacinação para todos, com urgência, mas há grupos prioritários, que não podem parar – e nunca pararam. E não é um grupo tão grande, deveriam ter sido priorizados pela grande exposição e surtos de contaminação”. 

As mobilizações dos dias 29 de maio e 19 de junho chamaram atenção para a necessidade de vacina para todos, assim como de medidas de proteção econômica. Em 24 de julho, novo ato deve pautar o tema. “Chegamos às 500 mil mortes no país, por um projeto do governo federal, que deixou de comprar vacinas quando teve a oportunidade, o que poderia ter salvado muitas dessas vidas. Pedimos a vacinação dos trabalhadores das refinarias e demais unidades da Petrobras, já que muitos não podem ficar em casa como medida de segurança e defesa da vida, pois precisam trabalhar para que todos tenham combustível e energia. Mas exigimos também um novo projeto para o país, que coloque a defesa da vida da população em primeiro lugar. Dizer isso até dói, porque deveria ser o mínimo”, finaliza Finamori.