Gerência da Regap mantém trabalhadores em cárcere privado há mais de 24 horas Gerência da Regap mantém trabalhadores em cárcere privado há mais de 24 horas

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 30 de maio de 2018

A gerência da Refinaria Gabriel Passos (Regap) se negou a negociar com a diretoria do Sindipetro/MG para liberar os petroleiros que já estão há mais de 24 horas em trabalho ininterrupto. Alguns já completaram 30 horas de trabalho.

Na manhã desta quarta-feira (30), primeiro dia da greve da categoria, a gerência da empresa informou que faria um levantamento dos trabalhadores que desejavam sair e liberaria todos – desde que não prejudicasse o número mínimo de operadores necessários para o funcionamento seguro de cada setor da refinaria.

A diretoria do Sindicato permaneceu na porta da unidade até 15h30, quando acionou a Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência alegando que a empresa está mantendo os trabalhadores em cárcere privado.

Após o registro da ocorrência, a gerência da empresa conversou com a diretoria e excluiu qualquer possibilidade de negociação. A empresa alegou que a greve dos petroleiros é ilegal e que, por isso, a Regap decidiu manter todos os trabalhadores presos até o fim da paralisação de 72 horas.

A diretoria do Sindipetro/MG denuncia que a conduta da empresa é desumana e expõe os trabalhadores e a comunidade do entorno da refinaria a riscos de acidentes em função do excesso de carga horária. Além disso, o Sindicato informa à categoria que acionará a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e da Ordem dos Advogados do Brasil.

Em outra frente, o departamento jurídico do Sindipetro/MG vai ingressar ainda nesta quarta-feira com uma ação na Justiça do Trabalho denunciando a situação de cárcere privado em que se encontram os trabalhadores e solicitando a imediata liberação.

Negociação

O Sindicato solicitou na manhã desta quarta-feira uma reunião para negociar junto à gerência da Regap o aumento da produção da refinaria – uma das pautas da greve da categoria. Se fosse aceito o acordo, o Sindipetro/MG se responsabilizaria pela troca dos funcionários de modo a manter a refinaria em funcionamento.

Diante da negativa da empresa em receber o Sindicato, a entidade solicitou a liberação dos trabalhadores. No entanto, a empresa negou o pedido e também se recusou a negociar qualquer das pautas da categoria. Com essa medida, os petroleiros que estão na refinaria desde terça-feira, às 15h30, só poderão sair na presença de um oficial de Justiça.